quinta-feira, 19 de julho de 2012

O SURREALISMO SEGUNDO FRANCO FORTINI


1-1-fragmento-1-S&S> quarta-feira, 30 de Abril de 2003

O FRAGMENTO DO FRAGMENTO SURREALISTA

[ 1963?] - Da escassa bibliografia portuguesa sobre o surrealismo, há que salientar a tradução que se deve aos bons ofícios de António Ramos Rosa, em edição da Presença, de "O Movimento Surrealista", de Franco Fortini, que já seria informativo para o meio, se não estivesse até meio: acontece assim o mergulho até ao joelho em que falava Cesariny, um fragmento de livro, um fragmento de antologia, um fragmento de surrealismo.
Eis pois: não há que pedir ou lastimar. Há só que verificar e resignados aguardar que outro fragmento menos fragmentário elucide os leitores da explosão surrealista. Porque o livro assim ensina alguma coisa mas não ensina muito e deixa em branco um bom bocado (o melhor).
Resumida a ordem abjeccionista em três palavras - o que é não aparece e o que aparece não é - deve acrescentar-se que ela sucedeu aqui à metamorfose surrealista, algures na Europa (quando havia Europa), eco em Portugal (quando havia
eco), o que explica em parte a geral alergia contra o surrealismo, pois nunca aqui se viu e soube coisa que tal fosse.
Sai surrealismo, não sai surrealismo. Desta vez saiu algum livro, alguma antologia, algum surrealismo, um bocadinho de cada. Não é mau, dá para o consumo mas contribui negativamente para esclarecer ou desobscurecer os astros. Essa a pena, que aqui tirámos do tinteiro.

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