sábado, 24 de julho de 2010

O FIO DE ARIADNE





nomes do ki> sábado, 24 de Julho de 2010

VÁRIOS NOMES PARA O KI:O FIO DE ARIADNE

Aquilo a que a medicina tradicional chinesa chama ki e shen, teve outros nomes em outras culturas.
Vasques Homem, atento, registou esses nomes que um historiador da Noologia naturológica deverá guardar com cuidados maternais:
Akasha (Teosofia, Helena Petrovna Blavatsky)
Alcahest (Paracelso)
Fogo gerador (Heraclito)
Fogo vivo (Zoroastro)
Força neurica radiante (Bailly/Barety)
Luz astral (Kaballah)
Magnetismo animal (António Mesmer)
Onda ódica
Orgone (Wilhelm Reich)
Prana (Hinduísmo)
Telesma (Hermes)
Estes nomes são, por si só, referências imprescindíveis num roteiro de pesquisa sobre o sagrado e a cura iniciática através dos tempos, sendo possível estabelecer uma cronologia seguindo os autores repertoriados:
Franz Anton Mesmer ( 1734-1815)
Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891)
Heraclito (540 a.C.- 480 a.C.)
Hermes Trismegisto - séculos III e IV
Kaballah (Primeiros anos da era cristã - século XI/XVI)
Paracelso (1493-1541)
Wilhelm Reich (1897-1957)
Zoroastro ou Zaratustra ( 628 a.C. - 551 a.C.)

Os nomes dados à energia ki ou Shen, podem sugerir um roteiro de pesquisa para o investigador que procure o fio de Ariadne em que temos falado neste trabalho.
À lista esboçada por Vasques Homem deverá juntar-se, como termo comparativo, os 4 elementos da tradição europeia - Fogo, Ar, Terra e Água e os 5 da cosmogonia taoísta: Fogo, Água, Madeira, Terra e Metal.
O mundo vibratório parece estar ainda por descobrir. E a cura iniciática é a sintonia com as diferentes frequências, os diferentes níveis vibratórios de consciência, os diferentes corpos desse mundo vibratório.
Rudolfo Steiner (e daí a sua importância numa história da experiência iniciática) estabeleceu 7 corpos energéticos (septenato adoptado por Etienne Guillé). Os hierofantes egípcios, no entanto, além de falarem em 12 órgãos dos sentidos (o que só por si indica o seu conhecimento iniciático) falavam também de 9 almas ou de 9 níveis da alma.

A 2ª IDADE DE OURO





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O CONTINENTE PERDIDO DA NOVA IDADE DE OURO

Energia = Informação = Matéria = Consciência


1 - A hipótese do Continente Mu, afundado no Oceano Pacífico há 12.000 anos, hipótese proposta em «O Continente Perdido do MU», do investigador britânico James Churchward, é daquelas que a ciência arqueológica nunca irá conhecer e reconhecer, estudar e confirmar.
É uma hipótese demasiado subversiva do establishment para que a ciência lhe dê alguma atenção ou que tente promovê-la. Antes pelo contrário, é de supor que o livro de James Churchward fosse coberto de uma cortina de silêncio como de facto foi e que nunca ninguém mais, dos meios académicos, quisesse saber dessa tremenda hipótese de um Continente Perdido. Nem os soviéticos, sempre à procura de tesouros no fundo do mar, quiseram saber da hipótese. Preferiram promover a barragem do Assuão no Egipto, mais rentável para os pergaminhos da grande nação proletária. Se um dia a barragem do Assuão rebenta, como lembra Guy Tarade em «As Portas da Atlântida», o Egipto e a Líbia desaparecem da face da terra.
Afinal, porque há tanta gente com medo da hipótese Mu, Continente perdido?
Antes de mais porque toda a arqueologia académica ficaria em cheque, se a hipótese de Mu fosse verdadeira. E o desemprego iria crescer, muitas cabeças iriam rolar, muitos mitos iriam por água abaixo. Acima de tudo, o facho de grande civilização que os ocidentais se arrogam de ostentar, ficaria em estilhas.
Depois, porque, com a hipótese do Continente Mu, alguns dos mistérios mais persistentes do nosso Globo, iriam finalmente iluminar-se a uma nova Luz e muitos dos enigmas que a ciência arqueológica não conseguiu decifrar, como a ilha de Páscoa, como as pirâmides do México, como as pistas de Naska, como as ruínas de Tathiuanaco (???), como a Atlântida, como o Dilúvio, como a Queda, como, enfim, a criação do Homem e as origens divinas do ser humano, iriam sofrer uma completa revolução. E a pitoresca teoria da nossa descendência do macaco iria ficar válida apenas para os macacos - incluindo Darwin - que a inventaram.
Mas, acima de tudo, a hipótese do Continente Mu é perigosa, porque subverte completamente a ideia de progresso, as histórias da carochinha que a arqueologia académica nos tem vindo a impingir, os antropopitecus e os australopitecus todos que nos têm metido, como sapos vivos, pela boca abaixo.
A hipótese do Continente Mu é perigosa porque situa a Idade de Ouro em uma data muito precisa, ainda que essa precisão se conte pelos milhares de anos. Porque encaixa perfeitamente com a divisão das idades proposta por algumas grandes religiões como o hinduísmo e por algumas escolas como os Rosa Cruz. Porque dá à outra hipótese - a das eras zodiacais - um enquadramento lógico impressionante.

(ver diagrama das eras zodiacais)

A Idade de Ouro, afinal, nas datas que James Churchward propõe para o auge do Continente Mu e sua grande, imensa, irradiante civilização, corresponderia, zodiacalmente, à era do Aquário anterior. Aquela, precisamente, onde vamos entrar de novo: e a que, com toda a propriedade, se poderá designar como Nova Idade de Ouro, ou a Segunda Idade de Ouro.

2 - Relativamente à ideia da Queda - tão insistentemente tratada em todas as «lendas» de todas as grandes civilizações - ela poderá ter sido mesmo uma Queda física, ou seja, o tal famoso afundamento de Mu, o tal Dilúvio, a tal enxurrada. Ou poderá ter sido uma catástrofe energética: ou seja, por vontade humana, por ter havido por parte dos naacals - nome dos hierofontes Mu - uma revolta contra Deus e uma tentativa de escalar o céu. Escalada foi essa que originou a destruição do tecido cósmico, a alteração dos pólos celestes e uma mudança de canal cósmico: é daí, dizem os leitores de Etienne Guillé, que terá surgido o canal II ou canal maligno, ao qual devemos todos estes tristes anos de submissão abominável. Em linguagem vibratória, Etienne Guillé baptizou-o de MAGA GAU GAS.
É que, além da Queda, é que além do canal cósmico que apareceu e com ele o Demónio em figura de canal, a verdade é que as eras zodiacais todas de baixíssimo nível vibratório que foram as 6 (???) últimas eras (ver diagrama ) não ajudaram nada. Daí a miséria. Daí a abjecção. Daí a Idade do Ferro. Daí o Apocalipse. Daí a angústia generalizada. Daí o Cancro. Daí o horror. Daí o terror.

(ver lista de nomes da entropia)

Daí esta última oportunidade da nova era do aquário em riscos de se perder pela estupidez dos alegados espiritualistas. Dos alegados esoteristas. Pelo seu redobrado egoísmo. Pela sua visão estreita do real absoluto. Pela sua conivência criminosa com os crimes da ciência profana e da tecnologia mais abjecta. Pelo seu comodismo, também. Porque não estou a ver as pessoas suficientemnte mobilizadas para regressar, imediatamente e sem alibis, ao Continente perdido do Mu, para reconstruir, agora com a ajuda do Cosmos, a Segunda Idade de Ouro.

3 - Aí está porque Etienne Guillé alude ao Continente perdido, alfa e ómega de todo o trabalho com o pêndulo realizado sobre as duas grelhas vibratórias: não porque esse Continente esteja irremediavelmente no fundo do mar, mas porque a sabedoria que com ele se fundou estava perdida e pode agora ser recuperada.
Essa é a proposta geradora de mil outras propostas de Etienne Guillé. Num dos diagramas, onde ilustra as memórias que carregamos nos nossos genes, ele inclui o Mu, com a mesma naturalidade e inevitabilidade com que inclui a Atlântida, os hebreus, o egipto, os caldeus, os hindus, etc. Porque nós fomos egípcios, hebreus, caldeus, atlantes, lemurianos... Queiramos ou não, todas essas memórias estão nos nosso genes. E é no trabalho com o Pêndulo que podemos começar a desfazer essas memórias, ou seja, essas informações, ou seja, essas energias.

(ver diagrama das cassetes)

É curioso comparar aquelas civilizações que a arqueologia oficial dá como existentes, com o esquema daquelas que só uma sabedoria profunda de hierofante pode comprovar como tendo existido, de facto.

(ver diagrama das cassetes)

4 - Os kaalas afinal são os hierofantes: e a antiguidade do Egipto, atribuída pelos arqueólogios à época áurea dos faraós, porque só então há testemunhos palpáveis da sua existência, terá que recuar bastante e talvez até aos 10 mil anos. Ou antes.
Quer dizer, antes do afundamento de Mu nas profundezas do Pacífico, o mais fundo dos oceanos: quando ainda era possível ter havido um ramo que saiu de Mu para percorrer o mundo no sentido do Oriente até chegar à Atlântida, primeiro, e depois ao Egipto e deste à Palestina e daqui à Pérsia, à Babilónia, a Creta, à Europa central (celtas/druidas). À luz desta hipótese toda a cronologia conhecida dos arqueólogos de salão não só é limitada e reduzida como está toda baralhada, dando a maior antiguidade ao que é mais recente e dizendo que é mais recente o que remonta a antiguidades verdadeiramente vertiginosas.

5 - Mas não se julgue que a hipótese do Continente Mu é apenas explicativa de todo este contexto a que chamamos próximo oriente. É também explicativa das civilizações do México, do Iucatão, de algumas tribos restantes das Ilhas do Pacífico. Aliás, uma das provas físicas (geológicas e geográficas) mais flagrantes do Continente Mu é exactamente o miríade de ilhas que ainda hoje povoam o Pacífico, quase todas eminentemente vulcânicas.
Em contrapartida, no Atlântico, arquipélagos como Canárias, Cabo Verde e Açores, tornam flagrante a existência da Atlântida, outra hipótese que a ciência em geral e a ciência arqueológica em especial nunca irá estudar e confirmar, porque não é nada rentável para os que vivem da arqueologia académica.
No entanto, a Atlântida como hipótese é menos perigosa para a estabilidade académica e para o emprego dos cientistas do que a hipótese Mu: e por isso se têm publicado milhares de livros sobre a Atlântida, enquanto sobre Mu, em contrapartida e que eu saiba, o livro de James Churchward continua a ser o único. Facto que nos deve fazer pensar sobre a ciência que temos e a verdade a que temos direito.

6 - Eu já pensei e já me decidi. O Continente Mu até pode não ter existido: mas nesse caso o destino humano seria uma anedota maior do que já é. Para dar uma nova dignidade a este serzinho que aqui anda, é imprescindível usar o Continente Mu como hipótese, como referencial, como eixo da nossa escala de valores: e de certeza que teremos muito maior probabilidade de vir a merecer o nome de seres humanos. Um pouco mais de esforço, e talvez venhamos a merecer o nome de filhos de Deus.
Entregues ao canibalismo da ciência e dos cientistas, nomeadamente arqueólogos e médicos, continuaremos a entredevorar-nos alegremente. Por isso Mu para mim é mais real do que a Europa, tornada agora um pesadelo. É mais real do que aqueles continentes supostamente seguros como a Ásia, a América, a África ou a Austrália. Mesmo como hipótese é espiritualmente mais motivadora do que todas as realidades com que nos atafulham a paciência e com todas as ciências com que nos moem o juízo.

7 - Henri Laborit, um representante ilustre da ciência ordinária francesa, disse que o último livro de Etienne Guillé, publicado em Agosto último, era «pura ficção científica». Mal sabe o Laborit que disse uma coisa acertada, ao menos uma vez na vida. É muito possível que «O Homem entre Céu e Terra» seja de «ficção científica» e graças a Deus que o é: se fosse da ciência ordinária como a que alimenta os Laborit todos deste Planeta, seria, e graças a Deus, uma boa merda. Assim, ficção científica ou não científica, o último livro de Etienne Guillé, chamado «O Homem entre o Céu e a Terra», é apenas, meus senhores e minhas senhoras, o que me atrevo a considerar o livro mais importante jamais escrito desde Gutemberg. Ou antes, desde o Génesis. Ou antes, desde o Big-Bang. E haja alguém que me desminta.

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 A VERTIGEM DOS NÚMEROS
 ANTOLOGIA DE JAMES CHURCHWARD

Mu, que foi devastado por um cataclismo há 12.000 anos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg. 9

Esse Continente (Mu) existiu e foi nele que o homem fez o seu aparecimento sobre a Terra, há 200.000 anos. É o Jardim do Éden, mencionado na Bíblia. Essa estranha nação de 6.000.000 de habitantes
que, há 50.000 anos, fundaram uma civilização superior à nossa.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg.

Os nossos cientistas estão ofuscados pela teoria da evolução, tese insustentável se levarmos em conta as Escrituras Sagradas de Mu. Esse documento nos diz o que é vida, como foi ela criada e quais as forças que a governam. Embora tenham sido escritos há mais de 50.000 anos, esses escritos nos informam qual a natureza das forças que os cientistas chamam elétron, sua origem, sua influência e do que é
feito.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg. 82

A descoberta de Niven (México) demonstra que o homem já existia e era civilizado dezenas de milhares de anos antes da era glaciária geológica e do pré-hominída europeu do pleistoceno.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg.

Essa tabuinha é a Pedra Roseta de todas as ciências físicas.
Considero-a a mais valiosa das 2.600 tabuínhas de Níven. Essa pedra mostra uma figura simbólica representando o que se conhece há 100.000 anos como as 4 Forças Sagradas. Essa figura explica a origem e funções dessas forças.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg. 146

Esses grotescos homens-gorilas da Europa deixassem retirar suas ossadas para mistificar os cientistas modernos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 170

Há mais de 16.000 anos florescia uma civilização no Peru, igual à do Iucatão, numa época em que o Egipto dava os primeiros passos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg.172

Não foram os incas que construiram esses canais (em volta do lago Titicaca), porque eles já existiam há 16.000 anos ou 18.000 anos antes da época dos incas.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 173

A topografia da América do Sul é bem diferente hoje em dia do que era há cerca de 20.000 anos, quando os Carianos ou Karianos e os emigrantes negróides deixaram a Mãe-pátria para encontrar algures um espaço vital. É impossível saber a data exacta do início desse êxodo, mas possuímos vestígios dessa emigração que remontam há cerca de 35.000 anos e outros até 75.000 anos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», pg.177

Na época da rainha Moo, que viveu, segundo o manuscrito Troano, há 16 mil anos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 178

Os primitivos habitantes da Mãe-Pátria (MU) eram notáveis navegadores que singravam os mares em todas as direcções em épocas remotas quando a Índia não passava de uma colónia e não havia ainda se tornado um império.
Valmiki, in James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 184

A Índia passou do estado colonial para o de império há 30.000 anos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 184

Foram os trabalhos de Schliemann que provaram de forma indiscutível a existência da Atlântida.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 186

O fundador da Atlântida foi Poseidon.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 186

Sólon esteve no Egipto no ano 600 antes de Cristo. A Atlântida havia sossobrado 9.000 anos antes. Estamos quase no ano 2000. Fazendo o cálculo, 9.000 mais 600 mais 2.000, a Atlântida teria submergido há 11.500 anos; mas vou demonstrar que isso aconteceu muito mais tarde.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 187

Nesse museu (de S. Petersburgo), podemos ver um outro papiro de Manetho, o padre historiador do Egipto, que faz alusão ao reino dos sábios da Atlântida, que teria existido há 13.900 anos. Esse papiro situa o ponto culminante da civilização da Atlântida na época em que se iniciava a história egípcia, ou seja, há 16.000 anos.

James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 188

Os sábios mencionados por esse papiro eram os reis da Atlântida, eles reinaram durante 13.900 anos. A Atlântida desapareceu há 11.600 anos, portanto, o continente era governado por reis há 25.500 anos.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 188

Afirmei que a civilização de Mu já existia há mais de 50.000 anos.
Vejamos agora as provas sobre as quais me baseio para determinar essa época.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 196

A Atlântida foi submergida há 11.500 anos. Somando agora 11.500 com 13.900, verificamos que a Atlântida foi governada por reis há 25...anos. O primeiro rei da Atlântida subiu ao trono há 25.400 anos, e o primeiro rei maia há 34.000 anos. Há um intervalo de 8.600 entre os dois. Calculando-se que o mesmo espaço de tempo se escoa entre o primeiro imperador de Mu e o primeiro rei de Mayax, podemos calcular
de modo aproximado que Mu teve o seu período áureo há 50.000 anos ou mais.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 197

Quando se elevaram as montanhas que sucederam ao grande cataclismo magnético? Se dermos crédito aos mitos do geologismo, podemos fixar essa data há centenas de milhares de anos de nós, por certo até milhões de anos. Pois bem, vou provar que existiram 7 civilizações antes da criação das montanhas, algumas delas há muitos milhares de anos antes que a primeira montanha aparecesse na superfície do globo.
Então, se cremos na Geologia, essas civilizações originárias de Mu localizam sua civilização há muitos milhares de anos. Mas isso não é verdade e, como sempre, a geologia se engana.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 197

A geologia nos informa que as costas ocidentais da América do Norte eram outrora elevadas. A geologia foi sempre culpada de colocar o carro adiante dos bois e ela fornece aqui uma nova prova. Não foram as costas do continente americano que se elevaram mas, bem ao contrário, o nível do Oceano Pacífico é que baixou. A Terra de Mu era um imenso continente que cobria quase metade do Oceano Pacífico.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 205

Em alguns mosteiros do Himalaia, encontramos textos com 70.000 anos de idade, e esses escritos fazem remontar a civilização humana há 200.000 anos mais ou menos; as datas são dadas pela posição das estrelas.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 212

Os Carianos eram como os irlandeses, não ficavam sempre no mesmo lugar. Por exemplo, o galês, a língua irlandesa, é falado em Tipperary, na Irlanda, bem como na província basca espanhola e no Nepal, ao Norte da Índia. Coloque um nepalês, um basco e um irlandês juntos, e eles conversarão tão bem como se tivessem sido criados na mesma cidade.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 219

A história da destruição de Mu foi escrita pelos Maias do Iucatão, pelos egípcios, pelos Hititas, Caldeus, Vighures e, mais tarde, copiada pelos hebreus, que chamavam Mu o Jardim do Éden, em sua lenda bíblica.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 221

Quanto a essas genealogias de que nos falaste, Sólon, elas não têm mais valor do que contos da Carochinha, porque, de início, te referes a um único dilúvio ao passo que houve muitos deles.
Platão, in «Timeu», cit. por James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 217

Não estou inteiramente de acordo com os egiptólogos sobre a significação de Per-M-Hru. Per quer dizer «ir-se», «partir»; hru significa «o dia» e m não é outro senão Mu. Essa letra m que os egiptólogos consideram uma preposição, não é nada disso; é um símbolo, a letra simbólica e também o nome de Mu; em consequência
disso, Per-M-hru quer dizer «Mu foi-se embora de dia». O que confirma o que disse anteriormente: o «Livro dos Mortos» é um registo sagrado perpetuando a lembrança de 64 milhões de pessoas que encontraram a morte na destruição de Mu.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 228

Mackensie afirma que Osíris é um rei antigo. Ele não diz sobre que povos ele reinava, mas deduzimos que era o povo egípcio; e nisso se engana uma vez mais, pois Thoth fundou a primeira colónia do Baixo Egipto em Sais, ensinou a religião osiriana como provam diversos papiros, e isso se passou há 16.000 anos. Duas fontes diferentes por mim consultadas declaram que Osíris viveu na Atlântida há 18 ou 20
mil anos e que era um grande mestre de religião.
James Churchward, in «O Continente Perdido de Mu», 233

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979 caracteres -listas>grelha> jc = james churchward a testar na prática

LÉXICO OCORRENTE EM JAMES CHURCHWARD

Adão e Eva - 300 a. C.
Ankkor (Camboja) (LM)
Baalbek (Ásia Menor)
Bascos
Bisonte (213)
Bramaputra (vale do)
Carbonífero
Carianos = Caras = Chancas
Códex Cortesianus
Cretáceo
Cro-Magnon

Documentos:
Manuscrito Troano
Codex Cortesianus
Documento de Lhassa
Tabuinhas de Níven

Eras:
pré-cambriano
paleozóica
secundária
plistoceno

Esmirna (LM)
Gobi (deserto de)
Iucatão
Khmers
Jardim do Éden

Lugares mágicos:
Baalbeck
Bramaputra
Nilo
Tenerife

Manuscrito Troano
Mastodonte
Mayax
Mongólia (LM)
Naacals
Naga do Sol
Nagas
Nilo
Ovo Cósmico
Pleistoceno
Popol Vuh
Quetzals
Ra
Rig-Veda - 2.000-2.500 a.C
Serpente de 12 cabeças («Tchi», livro chinês)
Sistema decimal
Taimils
Tenerife-Canárias
Tiahuanaco
Troglodita
Troia (LM)
Uighurs
Zunis■

MECANISMOS DE AUTO-REGULAÇÃO


1-4-forest-0-fv-at> sexta-feira, 11 de Outubro de 2002 – editar on line sem hesitação 8830 caracteres - item para DNA/FV

Devia ser merge de 4 files mas aparecem só dois, sem saber se os outros dois existiram alguma vez e se estão perdidos: de qualquer maneira é um texto razoável para a linha «baixas frequências» : a ver para confirmar o dossiê-livro «Leituras», já ordenado e encadernado
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7805 caracteres forest-1>adn>

Relendo Charles de Lafforest

MECANISMOS DE REACÇÃO E AUTOREGULAÇÃO DO SER HUMANO

1 - Ou há moralidade ou comem todos. Esta a questão que se levanta quando se aponta um dos mil factores ambientais, visíveis ou invisíveis, que interferem no comportamento do ser humano, que influenciam o seu estado de saúde ou de doença.
É evidente que Charles de Lafforest, no livro «As Casas que Matam», tem razão quando invoca as radiações perigosas de carácter geotelúrico. Ele nem precisava de ocupar mais de metade do livro a convencer os cépticos. O problema não é convencer os cépticos - eles que se desembrulhem - mas o de pecar por defeito. E apontar apenas um, quando são pelo menos mil e um os factores igualmente responsáveis por doenças mais ou menos graves.
Por outro lado, se apontamos as casas e esquecemos os outros ambientes - rua, local de trabalho, transportes públicos - que igualmente condicionam de maneira negativa o nosso (bem) estar, o diagnóstico fica manifestamente incompleto. E do que se trata, ao falar de geotelurismo, é de contribuir para um diagnóstico ambiental completo, ou seja, global.

2 - Sempre que falamos de ambiente e em causas ecológicas de um fenómeno, entramos na análise global dos sistemas. O funcionamento de um sistema caracteriza-se exactamente por uma simultaneidade e sincronicidade de fenómenos, simultaneidade essa que escapa à análise habitual de carácter linear. Ultrapassa a lei de causa-efeito, embora também esteja subordinado a ela. É uma quesão de método, como diria Sartre.
E a Radiestesia Alquímica tem, pelo menos, a grande virtude de ter tomado consciência desse problema fulcral. A dialéctica yin-yang foi um esforço meritório introduzido na cultura ocidental para pensar, para conseguir pensar o duplo contraditório. O que se fez com mais fracassos do que êxitos, diga-se de passagem.
Mas sempre foi um pouco além do que tantos séculos de racionalismo linear permitiram.
Mas mesmo a diléctica yin-yang é ainda reducionista, limitada, relativamente às exigências postas pelo confronto e inter-reacção das partes de um sistema e dos sistemas entre si. O grande problema para o Ocidente, do ponto de vista metodológico, foi a proposta sistémica e o desafio de um novo paradigma a que, à falta de melhor termo, se chamou holístico, repescada a palavra da Astrologia europeia medieval. Só que, «holístico», relativamente às exigências da Radiestesia Alquímica, é ainda reducionista e limitado, como Etienne Guillé tem ocasião de referir, no prefácio ao livro de Jean Noel Kerviel, «Les Énergies Vibratoires et L'Être Humain».

3 - Só há um recurso metodológico: é recorrer à listagem de inventário e procurar não excluir nenhum elemento, nenhum factor ambiental que intervenha de facto nas múltiplas e síncronas inter-reacções do ser humano. Quando se fala em interacção - inter-relação ou inter-reacção - dos sistemas, convém imaginar a metáfora das esferas infinitamente encaixadas, pois a complexidade de um sistema reside nessa metáfora. As interacções e o princípio da ressonância cósmica universal encontram aí a sua visualização.

4 - Entretanto, o livro de Lafforest fornece indicações interessantes para o trabalho da radiestesia Alquímica, ao primeiro nível vibratório - que é o das vibrações electromagnéticas - , devendo apenas ler-se com uma certa perspectiva crítica.
«Segundo Graff - escreve Lafforest, na pg 131 - as cores, do ultravioleta ao verde, são nocivas porque as suas radiações detêm a divisão celular. Pelo contrário, as radiações do amarelo ao vermelho têm um poder excitante e activam a vitalidada da célula.» (Lafforest, 131).
Desde que se abstraia da palavra «nocivo», há informações a reter daqui: existe uma diferença vibratória, de facto, entre certas cores do espectro, sem que umas tenham que ser necessariamente «negativas» e outras «positivas»: tudo depende daquilo em que vão aplicar-se.

5 - Diz Lafforest: «Quando uma corrente telúrica que forma um campo eléctrico horizontal à superfície do solo tropeça com um campo magnético integrado por irradiação cósmica que cai verticalmente, produz na vertical do ponto de cruz uma onda poderosíssima e em extremo perigosa.» É o que na RA se conhece por «nós de Hartmann».

6 - Informações de Lafforest sobre a relação entre energias vibratórias e cancro, assemelham-se, vagamente, a algumas teses da RA. É importante, por exemplo, para a Radiestesia Alquímica, a citação que Lafforest faz de Lakhovsky, autor que também aparece referido nos livros de Etienne Guillé. Diz Lakhovsky:
«Cancro é uma reacção do organismo contra uma modificação do seu equilíbrio vibratório, sob o efeito das radiações cósmicas, quer essas radiações aumentem quer diminuam de intensidade, ou de comprimento de onda, o equilíbrio vibratório das nossas células vê-se modificado. As radiações cósmicas que sulcam o éter são em parte captadas pelo solo, já que essas ondas penetram até profundidades muito apreciáveis. As condições desta absorção modificam mais ou menos o campo electromagnético dessas radiações na superfície do solo, o qual reemite uma nova radiação. Estas radiações modificam, pois, as condições de vida da célula viva que oscila nesses campos.» (G. Lakhovsky, in «Contribuição à Etiologia do Cancro.»)

7 - A propósito de «electromagnetismo» e seu papel no desenvolvimento do cancro, Lafforest anda próximo do que a Radiestesia Alquímica firma:
«O cancro - diz ele - deriva de um desequilíbrio das células devido a uma vibração que circunda o nosso organismo e também o ambiente em que vivemos. Cada célula está rodeada de um filamento nervoso cujas minúsculas ramificações regulam a vida celular. Estes filamentos nervosos podem comparar-se a uma antena de rádio: detectam e captam as vibrações do ambiente em que vivem e retransmitem-nas aos centros vitais da célula. Estas correntes captadas pelos centros nervosos das células podem ser benignas ou nocivas, segundo os ambientes e os factos. Se são benignas como o magnetismo, dão uma nova vitalidade à vida orgânica das células; mas se são nocivas como o telurismo, ocasionam transtorno na vida dos tecidos e das glândulas - o que pode derivar em uma proliferação anárquica das células.»
A linguagem de Lafforest revela os «preconceitos» que derivam de uma visão dualista: considerando nocivas as correntes (ondas, radiações, vibrações) do telurismo, estabelece uma discriminação que, na verdade, não existe.
As energias existem e são naturalmente «neutrais» relativamente aos efeitos que provocam ou deixam de provocam no ser humano: é na quantidade e não na qualidade das energias que reside a questão.
Ao ser humano - que vive de todas as energias existentes no Cosmos, pois de contrário não existiria - compete imunizar-se, como tem competido sempre, em relação a todas as energias do universo. Não se trata de andar a fugir das energias más mas de encontrar os mecanismos de reacção que permitam ao ser humano transmutar tudo o que faz parte do seu micro e macroambiente. É uma questão de «termostato», de mecanismos autoreguladores. É uma questão de alquimia. De Metabolismo, no sentido lato da palavra.

8 - Outras citações afins da RA e do electromagnetismo no livro de Lafforest:
«Cores visíveis: violeta, indigo, azul, verde, amarelo, laranja, vermelho
« Cores invisíveis: infravermelho, negro, verde negativo, branco, ultravioleta» (Lafforest, 131)
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«Radiação Verde Negativo - a mais curta e mais potente do universo.» (Lafforest, 131-2)
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«Está demonstrado que o campo eléctrico terrestre horizontal inverte a sua polaridade durante as duas horas que precedem a aurora. Este campo eléctrico é normalmente negativo. Ao converter-se em positivo, na aurora, amplifica a intensidade da nocividade.» (Lafforest, 61)

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RELENDO «CASAS QUE MATAN», DE CHARLES DE LAFFOREST
LÉXICO OCORRENTE
A-Z

Átrios
Cavernas
Corrente eléctrica de 220 volts
Corrente eléctrica de 180 volts
Criptas
Doenças domiciliárias
Dólmenes
Electricidade estática
Enclaves florestais
Encruzilhadas de caminhos
Exame geofísico
Feng Chui
Física microvibratória
Grande simpático - regulador das funções vegetativas
Igrejas
Lugares malditos
Ondas abstractas
Ondas estacionárias das tomadas
Ondas de pensamento
Pirâmides
Radiação verde negativo
Recantos de jardins
Recantos de parques
Templos
Terrenos impermeáveis (argilas, margas, «cretas»)
Terrenos permeáveis dieléctricos ( areias, «gravas», grés)
Túmulos■

RELENDO THOMAS BERNHARD



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HUMOR NEGRO EMERGE DE UMA ESPESSA ANGÚSTIA

Lisboa, 2-2-1992

Um dos maiores escritores contemporâneos, o austríaco Thomas Bernhard, pode agora ser lido em língua portuguesa e nada melhor do que as férias para agarrar «O Náufrago»(*): breve nas suas 140 páginas mas denso e profundo. E «que se lê de um trago».
Findou para sempre a ideia de que o crítico é o juiz que classifica um livro de mau a óptimo. A perspectiva de escala ou relativismo, foi o melhor contributo que a Modernidade trouxe à cultura ocidental. O paradoxo da arte, hoje, é este e está contido, em termos quase didácticos, no romance alegórico de Thomas Bernhard.
Ainda que por um processo de translação alegórica, mas toda a narrativa de Bernhard é uma autobiografia (principalmente mental) na medida em que evidencia manias, dúvidas, inquietações, medos, desesperos que obcecam o escritor no seu próprio trabalho.
O irrisório de todos os actos humanos, a ausência de regras que estipulam onde está o «virtuose» e o virtuosismo, a cilindragem dos discípulos pelos mestres-galinha (que o romance cobre de vários adjectivos pejorativos) é o que Thomas Bernhard pensava de si próprio e dos seus problemas de autor: onde está a linha demarcatória entre o bom e o mau romance, o bom e o mau escritor? Não existe. E não existindo, a sociedade perde o suporte e o autor também. Desabam ambos. E ele atira-se da ponte abaixo.
Ao transferir a história para uma comunidade de músicos, é por demais evidente que Bernhard quer contar-nos, no entanto, as vicissitudes estruturais do escritor e sua vulnerabilidade. Afinal, vivendo na Áustria, pátria da música (?) podia dar assim melhor o arquétipo do artista que ele pretendia.
Se o suicídio (ou seus sucedâneos) aparece como pano de fundo permanente das situações contadas por Bernhard -- cujo fascínio narrativo é indiscutível -- se um ténue fio de humor negro e de ironia emerge de uma espessa angústia, o homem está sempre omnipresente nessas páginas aparentemente supérfluas.
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(*) «O Náufrago», Thomas Bernhard, Ed. Relógio D'Água♥
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SUBMETIDOS A EXAME

8/Abril/1991

Se a ideia de Modernidade significa alguma coisa, na música ou na literatura, então terá que levar às últimas consequências as consequências da sua própria lógica aberta.
Se a Modernidade existe, teremos, por exemplo, que reabilitar Teófilo Braga, que Antero zurziu na célebre polémica coimbrã, ou o Júlio Dantas, vítima do impiedoso manifesto antidantas com que Almada Negreiros demarcava as águas entre modernidade e acedemismo.
O imperativo categórico da Modernidade - embora mal aceite pelos modernistas - é ter que abraçar a «parte maldita», é ter que compreender sem termo antagónico o academismo, é ter de aceitar a relatividade de tudo, não só dos cânones clássicos mas dos anticânones modernistas, transformados em neo-academismos.
Este desafio ainda não foi digerido pela crítica institucional e por isso me parece que a modernidade ainda não começou. Talvez por isso se fale tanto em pós-modernidade.

O ideal de beleza proposto pelos cânones estáticos serve de prototipo ao que acaba por ser o paradigma da sociedade competitiva, que se inspira em ideais (de beleza, de bem, disto e daquilo) para atingir metas (da cee, disto e daquilo).
Com estes estes pressupostos de luta pela vida, confirmada por darwin e darwinistas, a vida neste contexto de competição é remetida para o território da barbárie, transforma-se em «corrida de obstáculos». A começar na vida prática e a acabar na arte, na vida ou criação artística. A Arte -- mergulhando no mesmo paradigma -- não está isenta desta perversão, antes pelo contrário, reforça-a, persegue metas, orienta-se por ideais, regula-se por regulamentos ou cânones, salta obstáculos como se fosse um concurso , um match. O texto de Bernhard é, mal disfarçado de ficção, uma revolta contra a abjecção.
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Se a Modernidade, afinal, ainda não inventou nem pôs à venda um «competentómetro», o mais e o menos que um crítico, um professor da teoria literária pode fazer é aceitar tudo o que lê sem o olho vesgo dos preconceitos.
Ler não é dividir o mundo entre o inferno dos maus e o paraíso dos bons. Todos os discursos -- mas todos --têm direito a existir. Findou para sempre a ideia de que o crítico é o juiz que classifica um livro de mau a óptimo, e isto foi o que de mais interessante a Modernidade trouxe.
Em todos os domínios, a perspectiva de escala. A relatividade. O relativismo. O melhor contributo que a Modernidade trouxe para atenuar o orgulho e arrogância do umbilicalismo ocidental.
O paradoxo da arte, hoje, é este e está contido, em termos quase didácticos, no romance alegórico de Thomas Bernhard, editado pela editora Relógio d' Água. O que a Modernidadee nos ensinou de melhor foi a relatividade dos juízos humanos e, nomeadamente, das classificações críticas, das hierarquias, do valor atribuído a uma obra.
Génios que, como Pessoa, morrem praticamente desconhecidos e só tardiamente começam a entrar nos circuitos da análise literária, ilustram o principal paradoxo da Modernidade, num tempo tão antimoderno -- porque bárbaro -- como este tempo e mundo (leia-se «tempo imundo») em que um texto, uma criação, uma ideia é coada através dos vários dispositivos ideológicos e burocráticos chamados júris - de exames, antologias, prémios e best-sellers (a engrenagem ainda mais pesada e tétrica que é essa abstracta e fantasmagórica entidade chamada opinião pública)
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Ainda que por um processo de translação alegórica mas toda a narrativa de Bernhard é uma autobiografia (principalmente mental) na medida em que evidencia manias, dúvidas, inquietações, medos, desesperos que o obcecam.
O irrisório de todos os actos humanos, a ausência de regras que estipulam onde está o virtuose e o virtuosismo, a cilindragem dos discípulos pelos mestres-galinha (que o romance de Bernhard contempla de vários adjectivos pejorativos) é o que Thomas Bernhard pensava de si próprio e dos seus problemas de escritor.
No fundo e levando às últimas consequências esta sua lógica, o livro leva-nos à questão: onde está a linha demarcatória entre o bom e o mau. Entre o bom e o mau romance, o bom e o mau escritor?
Não existe. E não existindo, a sociedade perde o suporte e o autor também. Desabam ambos. E ele atira-se da ponte abaixo.
Ao transferir a história para uma comunidade de músicos, é por demais evidente que Bernhard quer contar-nos as vicissitudes estruturais do escritor e sua vulnerabilidade. Afinal, vivendo na Áustria, pátria da música (?), podia dar melhor a arquétipo do artista que ele pretendia.
Se o suicídio (ou seus sucedâneos) aparece como pano de fundo permanente das situações contadas por Bernhard -- cujo fascínio narrativo não se compreende muito bem de onde emana -- se um ténue fio de humor negro e de ironia transparece de uma espessa angústia, o autor está sempre omnipresente nessas páginas aparentemente supérfluas.
A excessiva, a transbordante modernidade deste autor vem principalmente de um facto: em cada página, em cada linha, ele retorna à estaca zero. A criação artística tal como aqui é retratada, é esse processo de Sísifo, esse rochedo indefinidamente carregado, essa falta de regras, de hierarquias e de pontos de referência.
No entanto, a criação artística para chegar ao público, passa por um processo de contaminação e de triagem, tal como o aluno diligente que se deixa (de)formar, examinar, classificar, para poder ocupar o lugar social com que sonha.
Que a arte tenha de passar por toda esta (incrível) escola de menorização mental, que tenha de fazer exames, que o artista leve um rótulo de péssimo, mau, medíocre, sofrível, suficiente, bom e muito bom, óptimo, tal como o aluno na escola os recebe do professor, eis o que está latente, como perversão suprema, e constantemente segredado, aos ouvidos destes personagens músicos de profissão - o anátema de traidores. Ao ser examinado por um professor, o músico criador transforma-se num examinado obediente: não será nunca o que é e o que tem de ser, mas o que tem de fingir para passar a prova e conseguir o diploma.
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Só por engano se pode considerar este percurso de «exame» e «prova» como o ritual de passagem de antigas iniciações, para, como dizia Nietzsche, ser o que se é».
O exame é mesmo a caricatura da iniciação. E daí, talvez, o mais óbvio: a sociedade que tem o «exame» como estrutura-pivot das várias hierarquias, estratificações e rótulos, é a caricatura de uma comunidade de rosto humano.