DEMOCRATIZAR A VIA INICIÁTICA
Por força que o iniciado tem que ser um notável. O livro de Edouard Schuré – «Os Grandes Iniciados» – ajudou a estabelecer esse equívoco, até porque está cheio de muita palha e pouco, muito pouco grão.
Além dos grandes iniciados – Buda, Maomé, Jesus, Krisna, - é suposto ter havido os pequenos.
Mas esse equívoco desincentiva qualquer pedagogia ou filosofia que se oriente no sentido iniciático da vida.
Que, diga-se, devia ser incentivado desde a escola primária.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
RENÉE-PAULE GUILLOT: OS PRODÍGIOS DE CRISTO
apdn-4> autoterapia –Revisão:terça-feira, 25 de Janeiro de 2011
A CIÊNCIA DOS PRODÍGIOS (*)
CRISTO INICIADO
Lisboa, 2/12/ 1996 - Os prodígios atribuídos a Cristo - multiplicação dos pães, transformar água em vinho, acalmar o mar, curar o leproso, dar vista ao cego, andar sobre o mar, etc - falam, aos crentes, de uma figura com dons excepcionais e, portanto, divinos.
Para o não crente mas (apenas) estudioso da ciência das energias (Noologia) , os prodígios de Cristo remetem-no para a escola iniciática onde aprendeu - os Essénios - e estes remetem-nos para a fonte hermética, os hierofantes egípcios.
Embora a propaganda pró-hinduísta, na sua tarefa de contra-informação permanente, tenha posto a circular que Cristo esteve na Índia - pretendendo insinuar que aprendeu lá os prodígios - a verdade é que Cristo esteve ligado aos essénios e é nos essénios que deveremos enquadrar a actividade de Cristo, nomeadamente a sua actividade sobrenatural ou milagreira.
Eduardo Schuré incluiu logo Cristo na sua galeria de «grandes iniciados» e, desde aí, a iniciação passou a ser coisa só para «grandes homens», «grandes mestres». A mitologia espalhou-se e continua mais instalada do que nunca.
No seio das ciências sagradas e no direito humano de acesso a elas, não faltam a contra-informação e os atrasos de vida.
Menos numerosos mas também bastante badalados, os prodígios de Moisés - transformar a bengala em serpente, separar as águas do Jordão, abrir uma fonte no deserto - apontam igualmente para a Magia egípcia dos hierofantes, onde sabemos que ele aprendeu.
Nada de mais. O seu a seu dono.
Se os hierofantes são, como tudo leva a crer, iniciados de 1ª linha - outros se podem enunciar:
Bramanes
Epidaurus (sacerdotes de)
Esculápios
Pitonisas
Peripatéticos
Sibilas
Na história de Portugal, tão pouco dada a prodígios, sublinham-se 3 casos «prodigiosos» :
a) Rainha Santa Isabel que faz brotar rosas do regaço
b) Sto António que prega aos peixes
c) E, é claro, Nossa Senhora de Fátima que aparece aos pastorinhos
Todos estes fenómenos, que os crentes não gostam de incluir na lenda e no mito, relevam , como se sabe, de uma das 12 ciências sagradas - a Magia - e provam 2 coisas:
a) A Magia sempre existiu
b) A Magia sofreu, como todas as outras 12 ciências sagradas, um processo de decadência e aviltamento
c) Dessa decadência é sinal patético tudo o que hoje se faz em matéria de exploração do maravilhoso, do prodigioso.
Dar ao maravilhoso o estatuto (outra vez) de ciência sagrada que já foi - eis o objectivo da Noologia.
Uma das imagens que correm entre os praticantes modernos de Reiki, é a de Cristo impondo as mãos a um doente.
Atrair as grandes figuras à nossa causa é sempre conveniente.
A imposição de mãos coloca alguns problemas e bom seria que fosse respeitada uma «ética» de procedimentos nesse domínio.
O problema filosófico mais interessante que ressalta no estudo dos prodígios é, de certo, a ambiguidade sobre a origem e natureza das energias que actuam no «milagre».
É então o momento de se ouvirem acusações mútuas: para uns, são obras de Deus (da Virgem Santíssima, do Santo António, etc) para outros são obras do Satanás.
De um ponto de vista neutro - o da Noologia - provavelmente são as duas coisas e dado que um dos postulados da Noologia - a existência de 2 cosmos - se verifica aí com particular nitidez.
Não é por acaso que uma das ciências auxiliares das 12 ciências sagradas é a Diabologia.
O fenómeno mágico caracteriza-se por uma estrutural ambiguidade que (lhe) advém exactamente da sua génese: 2 forças contrárias e complementares se encontram em jogo e o fenómeno só ocorre quando, verificada a lei da ressonância vibratória - momento, lugar, estado - a função emergente se lhe sucede.
Nos textos que relatam «prodígios», há palavras que aparecem com mais frequência e que podem corresponder a um maior ou menor conteúdo noológico. Compete ao estudioso decidir a percentagem de autenticidade que carregam consigo palavras tais como :
curador
curandeiro
cura extraordinária
cura milagrosa
cura magnética
fluido magnético
imposição de mãos
Impostores
magnetismo terrestre
respiração mágica
sugestão hipnótica
varinha mágica
Se é de prodígios hinduístas que nos falam, o cenário muda apenas um pouco (mas não muito) :
andar sobre estilhaços de vidro
balouçar-se com um gancho de ferro enterrado nos músculos das costas
dançar sobre carvões em brasa
Alguns destes prodígios são filmados por Arthur C. Clarke na sua série de 6 vídeos intitulados «Os Arquivos de Arthur C. Clarke», vídeos que, embora de medíocre qualidade, dão um panorama interessante de como um cientista se espanta perante os fenómenos espantosos que a ciência não compreende... e nunca quis compreender.
A «sugestão» é o cavalo de batalha mais largamente usado pela medicina ordinária contra as curas «espontâneas».
Ajudou muito a medicina , nesse propósito de desvalorizar a cura energética, o trabalho de um senhor médico famoso, Émile Coué, segundo o qual o que faz a cura é a imaginação (autosugestão) e a força do mental.
Daqui ao transe hipnótico manipulatório é um passo: o que faz do processo de Coué uma técnica pouco desejável à luz da Noologia.
Magneto-hipnótico
medium
radiação sideral
radiação telúrica
radiação cósmica
radão
sonambulismo:
Levou seu tempo para que a ciência ( medicina ) ordinária considerasse a palavra «electricidade». E todo o mundo rejubilou quando os ciberneticistas (Wiener, Fessard, Nagkler, Berger) , em combinação com Pavlov e os pavlovianos, tomaram o cérebro como rede de circuitos e sinais eléctricos incessantes.
Mais ou menos na mesma altura, a Psiquiatria, nazi-fascista como sempre foi, estava no auge dos «choques eléctricos». É então que surgem algumas palavras -chave da Noologia:
Circuitos de Ondas
Homeostase
Ondas bio-eléctricas
Impulsos (pulsações)
O autor de «Milagre e Fé na Cura»(*) relata várias peripécias no campo dos fenómenos «anormais» mas não entra na telenovela mais recente que se chama Parapsicologia.
No processo de sucessiva e consecutiva decadência sofrida pela Magia como ciência sagrada, a chamada «Parapsicologia Científica» consegue ir ainda mais longe nessa decadência. Mas também a «Psicologia Transpessoal» e a «Teoria do Caos» e outros surtos de brotoeja que a religião da ciência põe ao dispor das massas, ganhando com isso umas massas.
O menos que a Noologia poderá dizer destas proezas sobre prodígios é de que o reinado deles está a findar.
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(*) Dr. Fred Wachsmann - «Medicina e Fé na Cura - Estudo Clínico do Misterioso Poder dos Curadores» - Lisboa, 1953
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