segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
ÉTIENNE GUILLÉ: O HOMEM ENTRE O CÉU E A TERRA
1-5-autot-4> relendo etienne guillé – diário de uma descoberta
O QUE OS SEMINÁRIOS INTERCALARES NUNCA EXPLICARAM
+ 17 PONTOS
30/9/1994 - 1 - O novo livro de Étienne Guillé, «L'Homme entre Ciel et Terre», vem aclarar uma grande zona do seu próprio ensinamento que se tornara muito obscura e confusa através dos seus divulgadores em Portugal. De facto, à excepção de Patricia Kerviel, que, nos seminários, tem apresentado um discurso coerente e articulado, sem fissuras nem vazios nem zonas obscuras, todos os outros, ao retomar o ensinamento de Guillé, complicam mais do que explicam, obscurecem em vez de esclarecer. Os seminários - à excepção dos que a Patricia ministra - em vez de traduzirem a experiência pessoal e integrada dos monitores, são apenas transcrições verbais (e de ouvido) de muitos dos esquemas de Étienne, sem que o aluno consiga articular as diferentes peças que lhe aparecem desligadas.
2 - Por exemplo: os vários postulados do mundo vibratório, apresentados pelos nossos seminaristas, nunca se sabe porque aparecem e de onde aparecem: se há uma hierarquia de níveis vibratórios, porque são 14 e não outro número? Como se encaixam as pirâmides e porquê? As pirâmides têm existência real ou são apenas uma metáfora? Quando surge a hipótese das pirâmides, que se deve fazer à hipótese do ovo cósmico e das esferas energéticas nele encaixadas? Como se ligam uma à outra ou não se ligam? Que crédito dar à escala das energias apresentada no diagrama de Jean Noel Kerviel e que Étienne Guillé não apresenta em nenhum dos seus livros? Que crédito dar à classificação de energias nocivas e energias negativas? Porque têm as energias nomes tão heteróclitos? Porque se fala de energia do escaravelho de ouro, ou da esfinge, ou de Képer-Re - conotando claramente a fonte informativa na tradição egípcia - mas logo depois se fala da energia da pedra filosofal e das energias em X negativo ou das energias de magia negra ou das de ordem negra, ou das energias do agente secreto...
Há momentos em que esta variedade de nomenclaturas parece um catálogo. Deveria sempre assinalar-se a fonte cultural de onde emana cada designação: aliás, a situação histórica - no tempo e no espaço - de cada um dos conceitos explanados, era o mínimo que se podia esperar dos seminários, já que a construção filosófica de todo o processo se encontra exposta de maneira inultrapassável nos livros de Étienne e nos seminários da Patricia.
3 - Prosseguindo a grande balbúrdia em que se transformou, com tanta lição, o mundo vibratório descoberto por Étienne Guillé, passemos, por exemplo, à panóplia dos canais cósmicos: Jean Noel Kerviel, fala em 17 (porquê 17?), mas insiste-se particularmente naquele que se «virou», em 26 de Agosto de 1983: também ninguém até hoje explicou como e porque foi obtida essa data, nem o que é isso de uma viragem cósmica. Assim como ninguém até hoje nos traduziu correctamente o «renversement». Em matéria de traduções, então, é uma lista de palavras que continuamos sem saber o que são.
5 - Ninguém explicou, por exemplo, como foi obtido o quadro das eras zodiacais e respectivas frequências vibratórias, assim como ninguém ainda explicou o que é isso verdadeiramente de «frequência vibratória» e que diferença existe entre vibração de base decimal e vibração de base Fi. O Fi, aliás, foi motivo de uma cena, em pleno Hotel da Lapa, que nem vale a pena descrever, de tal modo foi indescritível. Pela parte que me toca, continuo sem saber o que é o Fi - outra noção fundamental - assim como o que são algumas das noções consideradas cruciais neste método. O facto de querermos ter acesso ao espaço tempo transcendente - dizem-nos - não significa que continuemos a respeitar as leis da lógica que regem o espaço-tempo linear. Enfim, como iniciação sistemática à estupidificação mental, parece que não há melhor receita do que a radiestesia.
6 - Os esquemas e diagramas sobre o mundo vibratório apresentados por Étienne Guillé e por Jean Noel Kerviel, podem ser puramente imaginários mas, até agora, ninguém aclarou se são ou não são. Mesmo apenas como artifícios didácticos, a verdade é que são úteis e organizam hierarquicamente o mundo das energias subtis e nomeiam as várias formas, espécies e sub-espécies de energia, permitindo uma abordagem que até agora se fazia na mais completa abstracção. Curiosamente, porém, estes diagramas com as escalas hierárquicas não figuram nos livros de Guillé. Antes deste método, só a Macrobiótica - com a distinção entre yin e yang - e a acupunctura nos davam quadros relativamente minuciosos dessas energias: os pontos de acupunctura e os meridianos eram, até agora, o único mapa à nossa disposição para viajar no meandroso e invisível mundo das energias. O quadro proposto por Étienne Guillé e Jean Noel Kerviel, tem a vantagem de estar mais perto da nomenclatura europeia e das tradições de que nos encontramos cultural e geograficamente mais perto.
6 - Penso que há vantagem em vencer as possíveis relutâncias relativamente à nomenclatura usada por Étienne: no fundo, veremos que energias de escaravelho de ouro, energias da pedra filosofal, energias da anti-pedra filosofal, energias da esfinge, energias de magia negra, energias de agente secreto, energias da aliança com Elohim, energias de x negativo, anjos e arcanjos, alma divina e alma espiritual, são nomes, apenas nomes, sem qualquer conotação religiosa com os sistemas de onde porventura foram tiradas. Perante a grelha vibratória dos metais, o que importa mesmo é a ressonância vibratória de cada estrutura, de cada palavra: e essa é inteiramente objectiva, independentemente da conotação semântica das palavras.
7 - Poderemos concluir, no capítulo sobre o mundo vibratório, que a démarche alquímica, apesar de tudo, não é tudo mas é o princípio - a base molecular - de tudo, e que ela ocorre ainda no mundo negativo. Mas nunca se percebeu muito bem, ao longo de todo este tempo, o que é isso do mundo negativo, e se tem alguma coisa a ver ou não com o mundo da manifestação, o mundo da incarnação e o mundo transcendental, mais um triunvirato que não sabemos muito bem porque surge, como surge e porque se chama assim. Ou antes: este, até percebemos, a partir do momento em que (finalmente) a Patricia decidiu explicar que a grelha universal era a projecção, no plano, da quádrupla pirâmide da existência. Assim, lá conseguimos saber porque aparecia a grelha...
8 - A alquimia não é tudo neste método mas inicia uma sequência (hierarquia) de 12 ciências, que virá a culminar na Teurgia ou ciência de deus, passando entretanto pela Magia, Astrologia, Numerologia, Kaballah, (ver lista de ciências no seminário de Patricia Kerviel). O que era, no opúsculo de Jean Noel Kerviel, «Recherche de la Pierre Philosophale», a técnica para a procura e obtenção da pedra filosofal, restrito portanto à alquimia, vai-se deslocando, nas ulteriores obras de Étienne Guillé e no discurso de Patricia, para a mais vasta demanda do Graal, mito eterno de todos os mitos. Esta noção das 12 ciências sagradas, como bonecas russas metidas umas nas outras, imagem proposta por Patricia, é fácil de apreender e por isso serve de boa base a uma compreensão da dinâmica que nos é proposta aos saltos e em constante ziz-zag pelos outros monitores.
9 - Se os seminários intercalares fossem aproveitados a mostrar como se fazem transferts bem feitos, talvez fosse mais proveitoso para todos: a filosofia, de facto, e os diagramas das energias, bem nos basta o que Étienne vai contando. Aliás, a melhor forma de conduzir os seminários é cada um falar apenas daquilo que na sua prática quotidiana já integrou, aqueles pontos em que fez emergência com qualquer outro oposto e complementar, seja ele um autor, um livro, uma página, um pensamento, uma palavra que porventura o interpela.
10 - Claro que há respostas feitas para continuar justificando este método de trabalho sem método nenhum: estamos no espaço tempo transcendente - dizem-nos - e aí tudo é permitido; trata-se - dizem-nos - de conquistar o continente perdido do inconsciente e aí tudo fala a linguagem irracional dos sonhos; é preciso - dizem-nos - primeiro aumentar o nível vibratório para compreender determinadas noções; temos de aguentar stress atrás de stresses para poder «evoluir» e aumentar o nosso nível vibratório; lá mais pra diante logo percebemos; isto não é lógico e temos que perder essa mania de querer lógica em tudo; não podem fazer transferts porque ainda não estão preparados; a alimentação não tem importância nenhuma(?), porque tudo se passa ao nível das energias vibratórias; o alargamento da consciência é ao nível do inconsciente e portanto todos os progressos são, por definição, inconscientes;
11 - Depois é o jogo sobre o gume do contraditório: é perigoso fazer transferts mas há que ser ousado; não devemos trabalhar com a grelha provisória mas convidam-nos a fazer testes com a grelha provisória; nada disto é para decorar (mas a maior parte das noções, como não são explicáveis nem compreensíveis, são mesmo e só para decorar)
12 - Perante esta caótico quadro que nos tem sido mostrado - a pretexto de que se trata de um puzzle - cada um tem de procurar maneira de reorganizar os dados - tão baralhados - e reordená-los. Pela parte que me toca, tentei as listas alfabéticas de vocábulos, que me parece um exercício de ordenamento possível no meio da total desordem de nomenclatura. A pretexto, claro, de que o verdadeiro conhecimento é ao nível (do) inconsciente e de que não podemos constatar progressos ao nível do raciocínio lógico. Que este método é diferente e aponta para uma viragem total nos métodos tradicionais de transmitir a informação, não há dúvida: mas por isso mesmo é que necessita de novas formas de reordenamento, já que não é possível caminhar na anarquia. Aliás, como nos disse a Maria, em Abril de 1993, a ordem, o ritmo e o movimento, são indispensáveis a todo o trabalho alquímico. Talvez não fosse mau começar pelo princípio, ou seja, pelo ritmo, movimento e ordem na própria intercomunicação da informação.
13 - Informação é palavra-chave neste trabalho da Gnose Vibratória. E quando se fala de informação, subentende-se informação energética. Por isso Entropia/Neguentropia, são duas outras palavras-chave. E quando começa a listar-se as várias formas de energia, tudo continua a ser claro: mesmo quando se topa a energia do enxofre, a energia do mercúrio e a energia do sal, tudo é ainda claro se pensarmos que, com estes nomes, existem o metal Enxofre, o metal Mercúrio e o Metal Sal. Mas Metal é uma coisa e princípio filosófico é outra. Também não está escrito nem claro se princípio filosófico é o mesmo que princípio alquímico, mas tudo indica que sim. Enfim, estamos perante uma das respostas feitas mais frequentes com que nos brindam: os célebres «vários níveis de leitura» ou, mais modestamente, os «três níveis de leitura»: mal a gente julga que está a interpretar uma palavra assim, logo nos dizem que é assado, que isso é apenas um nível de leitura e que há que passar a outro nível ou outros níveis de leitura. A instabilidade reina neste reino. E é tudo em nome da complexidade do método.
14 - Reina também grande ambiguidade quanto aos perigos potenciais do trabalho com o Pêndulo, do trabalho com as energias: tão depressa se diz que a grelha é uma protecção, como se diz que se pode cometer «falta contra o espírito santo» com a maior das facilidades. Na definição do Poder, também nunca se sabe nada de concreto: ora o Poder é a origem de todo o Mal, ora se aponta o assistanato como uma situação deplorável em que se encontra o ser humano. Aliás, reina também a maior falta de transparência quanto ao direito que cada um tem ou não tem de ganhar poder espiritual, exactamente para combater o assistanato. O ser humano encontra-se em assistanato - e sob chantagiato permanente do Poder - porque se deixou despossuir de tudo o que eram as suas capacidades, forças, energias, potencialidades. E bem se pode dizer que é uma das subtilezas de MAGA. Nesse aspecto, dois anos de seminários - ao preço global de 250 contos - deixaram-me mais desapossado, mais frágil, mais entregue à bicharada médica e ao assistanato, que os nosso seminaristas tanto verberam, e com toda a razão: o assistanato obsceno a que estamos submetidos nesta podre sociedade de consumo, foi um dos motivos que me levou ao estudo intensivo da Gnose Vibratória. No entanto, dois anos após, o que eu continuo a saber é que ainda é cedo para fazer transfert, para dar consultas, para, para. E, portanto, terei de continuar, em cada nova crise, a ir correndo para o terapeuta, para a consulta do terapeuta, claro. Assistanato? Temos que tomar mais cuidado nas palavras que usamos e nas críticas que fazemos. Porque não podemos censurar o assistanato e prorrogar com o nosso procedimento esse assistanato.
15 - Fazem-se afirmações que, por serem polémicas, não podem ser feitas com tanta ligeireza e necessitariam de uma mais demorada explicação:
«Informação do Cancro é uma informação Cósmica»: esta afirmação pode desencadear uma cascata de perguntas, tais como: mas só do cancro é que existe informação cósmica? Se tudo o que está no micro está no macrocosmos, todas as doenças, incluindo a da estupidez humana - que é endémica - está no micro e está no macrocosmos, logo é uma informação cósmica.
«Cancro é uma doença iniciática» - diz-se: Mas doenças iniciáticas são todas, porque todas são stresses que a providência nos faculta para evoluirmos...
«Existem dois cosmos» - dizem-nos: é evidente que afirmações como esta têm que ser minimamente fundamentadas; e talvez não fosse má ideia aproveitar os intercalares a fundamentar afirmações como esta.
«Descodificar a mensagem da esfinge» - dizem-nos: sendo alfa e ómega deste método, a mensagem da esfinge também não pode ser abordada com a ligeireza com que tem sido feito; importante, nos seminários intercalares e nas salas de estudo, é distinguir as grandes, das pequenas e das médias questões, pelo menos.
Outros exemplos de afirmações a fundamentar e a explicar com mais cuidado e rigor: «Não é o Espírito que desce a nós, somos nós que subimos ao Espírito».
«Não há cura sem amor»
15 - «Justiça e Verdade» é um princípio muito citado nos nossos estudos. Mas nem sempre, nas relações inter-disciplinares, a justiça e a verdade reinam. Isto sem falar da humildade, que tanto nos recomendam. Às vezes não vejo onde esteja a humildade, mas deve ser miopia minha. De qualquer maneira, fala-se de coisas das quais se sabe o que são. Também a palavra evolução, tanta vezes usada, é perceptível, bem como a palavra «potencialidades». Claro é também quando nos falam de desestruturação e reestruturação, ou das três fases que a matéria (MA) pode sofrer: MA condensado, MA sublimado, MA sublimado e rematerializado. O facto de a linguagem vibratória vir um dia a dispensar a linguagem verbal - argumento que nos é muitas vezes atirado como quem dá osso a cão - não significa que não continuemos a ter necessidade de usar as palavras para nos exprimirmos: e a verdade é que todos os nossos monitores as usam: portanto, talvez não fosse má ideia que todas as palavras se esclarecessem e soubéssemos do que estamos falando quando falamos disto ou daquilo. Ou seja: o vocabulário/dicionário essencial que eu venho propondo, desde o primeiro dia, talvez fosse um belo trabalho para realizar em equipa e com a participação de vários interessados. Para já, o que existe lançado em computador, com remissa para os livros respectivos, é o vocabulário ocorrente nos 4 livros de Étienne Guillé e no livro de Jean Noel Kerviel. Penso que é um trabalho útil - que me consumiu muitas dezenas de horas - e que deveria ser colocado ao serviço de todos os que estudam este método.
16 - Falam-nos de Fogo e pouco ou nada nos explicam do que se entende, em Gnose Vibratória, por Fogo. É que se trata, aqui, de uma aquisição que nos vem, não da fonte egípcia, mas da fonte chinesa, do esquema chinês dos 5 elementos. A complicar a questão, há também o esquema da astrologia medieval, que fala em Fogo. E, claro, o sentido literal de Fogo, que também não sempre tão literal como isso. Há, inclusive, uma mitologia do Fogo e Gaston Bachelard teve o topete de escrever um livro sobre «a Metafísica do Fogo». Nunca sabemos, portanto, dessas mil acepções de Fogo, qual é aquela de que se fala quando se fala de Fogo, em Gnose Vibratória. Se é o Fogo dos cinco elementos chineses, então convinha que se esclarecesse também quando e como devem ser chamados ao limiar do nosso trabalho os restantes elementos: Terra, Metal, Água, Madeira. No entanto, os nossos terapeutas usam essas categorias na sua prática diária, pelo que deverão ser ideias básicas de extrema importância, a estudar minuciosamente desde já. À parte a vergonhosa - por insignificante - referência que à Acupunctura lhes fez Jean Noel Kerviel, em seminário do Hotel da Lapa, nunca esses elementos voltaram a ser matéria de ensino opu sequer de referência. Como não ver nisto uma vaga intenção de escamotear aquilo que é informação fundamental para a prática terapêutica? Como não ver nisto mais uma prova a juntar às declarações bem claras de Jean Noel, de que neste curso não se davam diplomas nem se formavam terapeutas? E ele não se esqueceu de avisar de que não era por receio de ter muitos concorrentes, pois graças a deus clientela era o que não lhe faltava.
17 - Questão pouco esclarecida é a das frequências vibratórias. E, no entanto, é a noção-chave do DNA, que por sua vez é a fórmula-chave de todo o trabalho da gnose vibratória. Por exemplo: diz-se que a Era dos Peixes vibra em frequências baixas, de base decimal, enquanto a Era do Aquário vibra em frequências elevadas de base Fi. Além de não se perceberem hierarquias num método que nos dizem não ter hierarquias, também nunca ficou claro o que é a base decimal e o que é a base Fi. Mas também nunca foi dito o que tem a ver a Era dos Peixes com o MAGA GAU GAS: se são apenas contemporâneos ( duas desgraças ao mesmo tempo), se há uma relação de causa e feito ou se não têm nada a ver um com o outro.
Quando nos prometem a Nova Idade de Ouro, que relação tem com a Era de Aquário? Umas vezes dizem-nos que tem, outras dizem-nos que não tem.
Atlântida e Lemúria foram o princípio da decadência ou não? Antes ou depois da Queda: mas em termos de tempo - tempo Cronos - quando é que foi isso tudo? Não seria interessante, quando se fala em escalas tão remotas, situar + ou - o século em que se situam as várias fases dessa escala?■
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