segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

J.A. LAVIER: 11 MIL ANOS DE BIONERGIA





1-7 sexta-feira, 7 de Novembro de 2003 - sábado, 12 de Outubro de 2002 – obviamente editável com urgência em leituras selectas apontando para pesquisa net - 10485 caracteres - 5 páginas - leituras de noologia - 11.648 bytes

IDEOGRAMA A IDEOGRAMA ATÉ À IDADE DE OURO E AO PERDIDO CONTINENTE MU

Lisboa, 1 /11/ 1996 - Um paleógrafo tem sempre alguma coisa de interessante para nos dizer, para nos decifrar. E quanto mais antigo for o código, o texto, a cifra, a inscrição, o símbolo, melhor.
Especializado em decifrar textos cifrados, inscrições, palavras, letras, símbolos, ideogramas, o paleógrafo é um auxiliar precioso de uma das 12 ciências sagradas - a Alfabetologia. E se for um encarregado do curso de Paleografia Chinesa , na Universidade de Montpellier, ainda melhor. Tem todo o peso institucional que um «chargé» implica . Mesmo quando se trata de ciências sagradas, convém estar de bem com as beneméritas instituições profanas.
É o que vamos encontrar em J.A. Lavier, especialista em Sinologia, especialista em Bionergética Proto-chinesa e, melhor ainda, especialista em Paleografia Proto-chinesa. Ele está à vontade dos dois lados: na ciência profana e na ciência sagrada. Vai às fontes, às raízes, antes da confusão babélica. Apanha os símbolos antes de eles serem degradados por tradutores/traidores, escribas pouco escrupulosos, comentadores/ruminadores, intermediários de toda a ordem.
Aproveitemos do seu meticuloso trabalho, feito com chinesa paciência. É um regalo seguir a sequência de símbolos apresentados por J.A. Lavier, em «Bio-Énergétique Chinoise» , Ed. Maloine, Paris, 1976/1983. E, com o pêndulo de radiestesia, aproveitar esse banho de vibrações primordiais que os ideogramas por ele decifrados certamente contêm.

Os opostos - A decifração de símbolos tem muito a ver com alguns opostos significantes do tipo:
sedentário/nómada
Norte/Sul
Este/Oeste
pai/mãe
Rio Amarelo/Rio Azul
poder espiritual (qualitativo)/ poder material (quantitativo) nomeadamente em livro onde se esmiuça uma bioenergética toda ela baseada no binário yin-yang.
Binário, não. O senhor J.A. Lavier, com o peso da sua autoridade académica, insurge-se contra esse hábito degradante de considerar o yin- yang um binário. Não senhor, assegura ele, até o especialista em sinologia, Marcel Grasset, meteu a pata na poça. A página 31, Lavier argumenta:
«Yang e Yin não podem ser concebidos separadamente um do outro. Dizer Yin-Yang é exprimir necessariamente um ternário, no qual o traço de união toma um notável valor.»
Para Lavier e sua minúcia caligráfica de paleógrafo, a obra clássica de Marcel Grasset «La Pensée Chinoise» começa por um erro, porque considera Yang e Yin um binário, o que é, para Lavier, uma pura impossibilidade: « É só a partir do Ternário que se pode falar de manifestação.»

Ocorrrências unitárias - Mas J.A. Lavier não é só perito em ocorrências binárias. Ele regista, com particular acuidade, ocorrências unitárias relevantes, ou seja, ocorrências (ainda) sem oposto conhecido.
Como por exemplo:
a) Os protochineses foram um povo «solar» como os primeiros egípcios e os Maias, e construíram pirâmides, símbolos indissociáveis do Sol, atrás do qual aparece a unidade criadora
b) A tradição protochinesa falava do homem Primordial, ou Homem Perfeito, cujos sucessores perderam, a pouco e pouco, as qualidades e capacidades, o que é conhecido como «queda do homem» comum a todas as tradições.
c) A Bíblia judaico-cristã «coloca a era dos gigantes imediatamente antes do Dilúvio, ou o Dilúvio imediatamente depois da Era dos Gigantes» - diz A.J. Lavier
d) Com base nestes pressupostos alegadamente encontrados no que Lavier chama os protochineses, verificam-se 2 outras notícias interligadas relevantes:
dd) O gigante Kong Kong teria feito oscilar (!!!) a Terra, elevando-a a Leste (Himalaia) e afundando-a no Oceano a Leste.
ddd) Este afundamento teria sido o Dilúvio e teria sido o afundamento do Continente Mu (Mou) conforme a tese de James Churchward que J.A. Lavier perfilha. ( Ver « O Continente Perdido de Mu», James Churchward, Ed. Hemus, São Paulo, 1972)
Sem esquecer que é paleógrafo, ele levanta então um problema de vogal a mais ou vogal a menos na palavra Mu.
«Com efeito - escreve ele, com a pertinácia irresistível que o caracteriza - se se estabelecer uma lista de caracteres chineses que se pronunciam Mou em francês, levando em conta os caracteres implicados pela pronúncia derivada Mwo, encontra-se uma lista interminável de significados que o Mu, Mou ou Mwo quer dizer:
matriz
modelo
amar (querer)
túmulo
sepultura
velhice
tarde
declínio
fim
mãe
princípio
fundamento
mergulhar
mestre
magestade
dignidade
afecção
harmonia
concórdia
deserto
obscuridade
silêncio
miséria
calamidade
doença
encobrir
etc
Desta lista - heterogénea demais para se lhe encontrar assim um fio condutor tão patente - retira , no entanto, Lavier uma ilação algo abusiva, perguntando:
«Não estará aí, em qualquer hipótese, uma evidente alusão à Terra-mãe de Mou e ao seu desaparecimento catastrófico?»
Como assim, senhor Lavier?
Quanto à lista que ele considera tão significativa, sublinho com regosijo: Afinal, não é só o sr. Afonso Cautela que gosta de listas. O sr. Lavier também.

Toda a história de Mu num só ideograma - Outra vez dentro da sua especialidade - a paleografia chinesa - J.A. Lavier aparece muito mais convincente quando nos diz que um determinado ideograma (dos muitos que ele genialmente descodifica e que fazem deste livro uma verdadeira obra-prima das ciências sagradas) significando Hai acaba por ser decifrável « se aceitarmos a tese do continente tragado de Mou» e que tudo, nesse ideograma, « se torna límpido: a água e o mar que cobre uma mulher».
Ou seja, segundo Lavier, esse ideograma (que poderão ver na página 15 da obra) conteria a história admiravelmente resumida do continente desaparecido, origem presumível das civilizações periféricas do Pacífico, de que os protochineses - conforme ele lhes chama - seriam uma delas.
Com esta ousadia de paleógrafo, é de admitir que toda a gente se faça militante de Lavier e da Paleografia, pelo menos os que adoram teses ousadas e maravilhosas, que nos remetem para a (nossa) Idade de Ouro.
Defendidas então por um austero decifrador de códigos - insuspeito de gostar de literatura de ficção - é irresistível.
Como irresistível é a sua tese sobre os povos de conquistadores (Mongóis, Turcos e outros abutres da época) que teriam ocupado e tentado dizimar os protochineses.
Significativa e muito elucidativa é a lista de ocorrências que, a partir dessa conquista, Lavier atribui ao invasor:
tortura
massacres
poligamia
eunucos
astronomia zodiacal
calendário lunar
panteão de deuses sangrentos

Desta vez a lista é capaz mesmo de ser homogénea...

Os jornalistas de ontem - Sinal de uma cruel decadência , para Lavier, é o comportamento dos escribas, que não se ensaiavam nada - tal como os jornalistas de hoje - em fazer falsas grafias dos textos e caracteres que lhes competia preservar.
É o que torna o livro de Lavier um livro-chave em Noologia: ele realiza, com paciência de paleógrafo, a decifração, ideograma a ideograma, de tudo o que constitui a primordial linguagem dos símbolos protochineses, directamente herdados dos deuses de Mu ou Mou.
Quando falamos de emocionante, fascinante e maravilhoso das 12 ciências sagradas é evidentemente disto que falamos: chegar ao continente perdido de Mu e à respectiva Idade de Ouro, ideograma a ideograma.

Taoísmo deu Zen - Encontramos em J.A. Lavier a explicação histórica de o Taoísmo ter sido chamado Zen, como acontece, por exemplo, em Jorge Oshawa: «Seguindo as pisadas dos turcos, o budismo entrou na China cerca do ano 400. Esta doutrina foi interdita no século IX, pelas suas tendências igualitárias, mas teve tempo de digerir o taoísmo que se transformou em Chan, mais conhecido pelo nome japonês Zen.»
É o que diz J.A. Lavier, página 21 da sua magnífica obra «Bio-Energétique Chinoise».

Reino Hominal - Todo o capítulo II - «Entre Céu e Terra» - do livro de Lavier é uma magnífica introdução à Noologia.
Na impossibilidade de o traduzir na íntegra, assinala-se aqui o que ele nos diz da questão de fundo:
Onde está afinal a Idade de Ouro? Já foi ou irá ser?
Chamando hipótese à tese darwinista/evolucionista, lembra que as tradições são unânimes em 2 pontos precisos:
a) A grandeza do antepassado face à degradação do homem actual
b) A ligação desse antepassado a uma qualquer linha animal.
E cita Antoine Fabre-d'Olivet, que estudou a fundo a história filosófica (a história noológica) do género humano:
«Os filósofos, naturalistas ou físicos, que fecharam o homem na classe dos animais cometeram um enorme erro. Enganados pelas suas observações, pelas suas frívolas experiências, eles negligenciaram consultar a voz dos séculos, as tradições de todos os povos. Se tivessem aberto os livros sagrados mais antigos do mundo, chineses, hindus, hebreus ou persas, teriam visto que o reino animal existia antes do homem.
Quando o homem apareceu sobre a cena do universo, formou só por si, um 4º reino, o Reino Hominal.
Este reino é chamado P'an Kou pelos chineses
Pourou pelos brâmanes
Kai-Omordz ou Meschia pelos sectários de Zoroastro
e Adam pelos hebreus.»
Fabre d'Olivet explica:
«É preciso entender por Adam , não um homem em particular mas o Homem em geral, o homem universal, o género humano inteiro, o Reino Hominal, enfim.»
Lavier termina em apoteose este capítulo fundamental em Noologia :
«A consequência mais evidente desta «queda» do homem que todas as tradições sem excepção descrevem, deste envelhecimento da humanidade, consiste em uma esclerose que extingue certas funções e atributos que o antepassado normalmente possuía. No venerável clássico «Nei Tching Sou Wen» , o imperador Amarelo confirma:
«Os nossos antepassados eram gentes extraordinárias: viviam durante centenas de anos, nunca estavam doentes, sabiam deslocar-se no espaço com meios que nós não temos, viam e ouviam coisas que nós não vemos nem ouvimos. A humanidade teria perdido alguma coisa?» - pergunta ironicamennte Lavier:
«Toda a aparelhagem dos nossos engenheiros (...) é profética na medida em que tende a substituir funções que o homem perdeu no decorrer do seu envelhecimento.»
Telepatia
Vidência
Telequinésia
Levitação
seriam alguns dos poderes perdidos pelo homem da queda.»
Um desafio final:
«O médico encontrará no ponto de vista tradicional a explicação das doenças degenerativas e porque estas doenças se manifestam em pessoas cada vez mais jovens.»
Lisboa, 1/11/1996
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quarta-feira, 1 de Janeiro de 2003-scan

ENTRE DOIS UNIVERSOS – ELEMENTOS SUBTIS DA MATÉRIA(*)
[«Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 17-11-1984]

A ciência dos oligoelementos vem provar, em termos de ciência bioquímica ocidental, as relações profundas que o yoga, a acupunctura e todas as práticas orientais de autognose sempre sustentaram entre psíquico e somático. É através dos oligoelementos que se faz a passagem do físico e orgânico para as vibrações mais subtis (espiritual?).
Na fronteira entre o material e o imaterial, o corpo e o espírito, o orgânico e o inorgânico, o céu e a terra, a ciência positiva e a tradição esotérica, os oligoelementos constituem uma lição exemplar em vários sentidos.
São uma evidência, mas tão dificilmente mensurável pelos instrumentos da tecnologia ocidental, tão irredutível ao raciocínio do cálculo matemático, que permaneceram praticamente ignorados da ciência positiva que apenas sabe medir, pesar, calcular.
O imponderável dos oligoelementos condena automaticamente uma mentalidade e um sistema de raciocínio que mede a importância das coisas pelo tamanho, pelo peso, ou pela sua tradução comercial em cifras.
Como é que meia dúzia de microelementos de peso insignificante, intocáveis pelos cinco sentidos, podem entrar na contabilidade básica dos seres vivos e serem um caso de vida ou de morte para eles?
O cepticismo da ciência positiva não deixa de fazer perguntas como esta que só revelam afinal a irredutibilidade entre dois sistemas culturais, a civilização (tradicional) e a barbárie (actual) .

ONZE MIL ANOS DE BIOENERGIA

Não é só a frigorificação dos alimentos que a ciência dos oligoelementos põe em causa.
Tão prejudicial para a saúde humana como a desmagnetização dos alimentos frigorificados, é a entrada no organismo de substâncias - como os medicamentos - que directamente o desmagnetizam, bloqueiem ou neutralizam a sua carga eléctrica.
E os cientistas não negam nem desdenham o que a medicina Tradicional chinesa sabe há 11 mil anos: o ser humano é também um corpo energético
Não se tem falado nada de poluição eléctrica no ambiente – cabos de alta tensão sobre as casas, por exemplo - embora se fale tanto e tão demagogicamente de poluições. Mas essa poluição eléctrica da alta tensão contribui para a perda de carga eléctrica no organismo e se a ciência médica ocidental nunca deu importância à energia, isso não quer dizer que a bioenergética chinesa não exista há pelo menos 11 mil anos, a provar a sua importância.

Esta é outra razão, bem óbvia, pela qual os oligoelementos são tema polémico ou desafio aos fundamentos da sociedade industrial, toda ela vocacionada para matar a vida e fomentar o cancro
A ciência dos Oligoelementos coloca em relevo o terreno energético do organismo e em termos de ciência ocidental vem dar total razão à tradição médica taoista dos protochineses como lhe chama Lavier, com cerca de 11 mil anos de ininterrupta vigência, segundo ele.
Se as correntes da naturopatia clássica, puseram em relevo a importância civilizacional dos oligoelementos e se alguns dos investigadores que mais aprofundaram a bioquímica dos oligoelementos se colocavam no campo das medicinas paralelas, deverá, no entanto, referir-se que nunca deram o passo decisivo para o invisível, nunca atravessaram a fronteira entre o somático e o psíquico que a bioquímica dos oligoelementos secretamente guarda.
A primeira ciência oriental a traduzir, para os ocidentais, a relação química de alguns oligoelementos em termos energéticos de yin-yang foi a macrobiótica ensinada por Jorge Oshawa.
É o caso das relações sódio-potássio, que a ciência macrobiótica traduz no alimento ideal - o arroz integral - sob o ponto de vista do equilíbrio PH do sangue.
Outro caso exemplificativo da relação que a bioquímica dos oligoelementos pode estabelecer entre ciência oriental (esotérica) e ciência ocidental (positiva) é dado pela farmacopeia chinesa, em que os produtos vegeteis, as plantas medicinais, enfim, a fitoterapia naturopática se converte numa autêntica matemática de energias, traduzidas sensorialmente em termos de aromas, vibrações a que a ciência positiva ou empírica chama gostos e odores.
Mas quando falamos de odores e gostos( tal como quando falamos de cores) já estamos a falar do mundo vibratório, energético, subtil. O livro de Yves Requena sobre fitoterapia e acupunctura (Ed Maloine, Paris) é obra técnica fundamental que recria a técnica poderosa das plantas medicinais aplicadas aos pontos de acupunctura e respectiva lei dos 5 elementos.
Ao lado desta aplicação energética dos elementos subtis, é justo reconhecer que a fitoterapia ensinada pela naturopatia se revela bastante tosca e empírica.
Ao lado da medicina energética yin-yang., todas as outras medicinas são primitivas, toscas, empíricas.

CONTROLAR AS DOSES

A ciência dos oligoelementos põe em revelo outro aspecto típico da mentalidade ocidental.
Incapaz de compreender e controlar espontaneamente o equilíbrio «yin-yang» da matéria, a ciência defronta-se com a ambiguidade ou ambivalência dos oligoelementos que, em certas doses, são mortais e em doses menores são essenciais à vida
Em qualquer dos casos extremos, a manipulação que se faça no consumo de oligoelementos é sempre perigosa. Os alimentos existem e são necessários à vida - queira a ciência ou não - exactamente porque têm os elementos na dosagem equilibrada necessária. Se a humanidade come alimentos em vez de pedras, não é com certeza, por acaso.
Por isso é risível pretender reproduzir em laboratório as doses segundo as quais a natureza já distribuiu os elementos que tornam os alimentos vitais e essenciais à vida, em vez de produtos mortíferos.
Os textos em que os bioquímicos tentam explicar a relação entre os bioelementos, classificam esta relação de «complexa». «Os tratamentos com sais de cálcio são de manejo delicado e competem exclusivamente ao médico», pode ler-se, por exemplo, em J. P. Varnel, especialista em Oligoelementos.
Entretanto, a visão meramente analítica não consegue abranger a dinâmica das inter-relações entre elementos e isso é perceptível entre o incremento que a bioquímica tem tido e a sua escassa aplicação na prática alimentar.
A metodologia ensinada pela energética yin-yang revela, nesta conjuntura, a sua maior eficácia e rigor. A abordagem global do yin-yang está mais de acor-do com o fenómeno vivo, também ele global!
Mais importante do que minuciosas análises em que se comprazem os bioquímicos e alguns regimes dietéticos insensatos, é este conselho prático que todos deverão adoptar, independentemente do regime alimentar seguido: «Pelo seguro, a alimentação deve ser variada e conter o maior número de ingredientes diferentes.»
De contrário, o consumidor arrisca-se a ter carências.

CARÊNCIAS ALIMENTARES: O VICIOSO CICLO VICIOSO

Os consumos essenciais do homem – ar, água e alimento - encontram-se, na maior parte, desprovidos da sua carga energética fundamental e portanto dos elementos que estruturam a vida, devido principalmente aos produtos químicos (metais pesados) que a poluição industrial espalhou no ambiente
Sem os biolementos fundamentais à construção e manutenção da célula viva, o ser humano perde defesas imunitárias naturais, entra em estado agudo ou crónico de carência, contrai as mais variadas doenças, acaba por ser encurralado no círculo vicioso dos produtos químicos, que provocam carências e dos medicamentos (químicos também) receitados para as doenças que resultam dessas carências.
Concretizando, são várias as causas que na sociedade industrial contribuem pare destruir no ambiente - ar, água a alimento - os oligoelementos naturais e privar deles o consumidor dos produtos mais importantes: adu-bos químicos nos solos, pesticidas , aditivos (antibióticos, hormo-nas) nas rações para o gado, refinação do sal, dos cereais básicos, dos óleos e até do açúcar, poluição química por metais pesados que varrem do ambiente os metais leves (bioelementos), medicamentos que deixam resíduos de metais pesados, são algumas causas que podem apontar-se.
Quanto aos produtos alimentares, a industrialização maciça, a conservação química, o armazenamento prolongado, a frigorificação que retira carga eléctrica, são outras tantas causas a somar às anteriores.
Perante este quadro, que mais parece uma fabrica de produzir doenças, é de admirar que ainda hoje haja gente viva, não sendo difícil avaliar da importância que na sociedade moderna assumem os oligoelementos ou elementos essenciais à vida

HOMEM MODERNO: PILHA DESCARREGADA

Se para a fisiologia moderna o homem é essencialmente uma caldeira - máquina de queimar calorias - na perspectiva energética mais antiga, que remonta aos chineses de 8.000 anos a.C., o homem é mais semelhante a uma pilha. com dois polos - Céu e Terra - e que pode estar mais ou menos carregada. Quando se descarrega totalmente, pifou.
O homem moderno, por todos os motivos já enunciados e alguns mais que se poderiam citar, encontra-se quase totalmente descarregado.
Vemos com esta metáfora a importância para a saúde dos oligoelementos ionizados, quer dizer, carregados da carga eléctrica positiva e negativa que os equilibra.
Sem iões, a pilha não acende ou fraqueja, acontecendo assim ao homem as doenças por carência de elementos vitais: esmorecem as resistências orgânicas, o sistema nervoso e portanto endócrino entram em disfunção, o terreno orgânico fica exposto às agressões do meio.
Ao constatar isto, três tendências se desenharam nos meios da investigação cientifica:
a) Ignorar o facto e permitir que o terreno orgânico continuasse fabricando centenas de doenças.
b) Reconhecer o facto e, através de uma nova ciência assim nascida - Ecologia Humana - pôr em marcha um movimento radical de protesto contra a engrenagem industrial e seus efeitos na saúde humana;
c) Reconhecer o facto mas, deixando intacto o sistema industrial que fabrica carências e doenças, lançar a ofensiva terapêutica dos oligoelementos... em frasco.
Solução intermédia, esta última, não deixa de ser típica do modelo económico em que vivemos. Nasce uma nova indústria (a oligoterapia) para fazer frente e contra-atacar os malefícios para o homem de muitas e muitas outras indústrias.
A ciência dos oligoelementos mostra como economia e indústria comandam a investigação científica e condicionam o seu desenvolvimento ou atrofia.
A bioquímica desenvolve-se devido, em boa parte, ao contributo que foi chamada a dar para o desenvolvimento das oligoterapias, uma indústria importante baseada exactamente, como quase todas as indústrias, na satisfação de necessidades e consumos que as outras indústrias foram criando
A ciência dos oligoelementos é, nesse aspecto, típica. Sendo a carência de oligoelementos uma situação endémica no mundo industrial, directamente provocada pela poluição, pela refinação, pela industrialização, pela frigorificação e armazenagem, enfim, por todo o contexto da macrocefalia urbana e respectivo êxodo dos campos, este um subproduto da concentração industrial, irá provocar uma outra indústria - a oligoterapia - que pretende responder, pela via terapêutica, às carências bioquímicas criadas pela engrenagem industrial.
Um pequeno e primário raciocínio colocará frente às pessoas os dados indispensáveis para que cada um possa ajuizar da importância revolucionária que estas questões «elementares» têm para a humanidade, nascida da terra e que à terra terá de voltar.
Se os bioelementos condicionam o chamado terreno orgânico e este, por sua vez, condiciona praticamente todas as doenças, há um desafio contido nesta lógica que se torna, por dois motivos inquietante:
a) De um lado é espantoso que um assunto de tal importância ande a patinar há um século
nos limbos da investigação, em-palmado por elites e poderosos interesses económicos que co-mandam a exploração dos homens por alguns homens;
b) Por outro lado, é clamoroso que a ciência, a medicina, a política, ao constatarem a importância vital dos oligoelementos e a sua destruição no mundo moderno, finjam ignorar, iludam as pes-soas, manipulem a opinião, só para não tocarem nos interesses intocáveis de tudo o que, na chamada civilização, conduz às doenças por carência.
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado com este título na «Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 17-11-1984