terça-feira, 16 de novembro de 2010

MAHATMA GANDHI NA BIBLIOTECA DO GATO




ALLAN KARDEC NA BIBLIOTECA DO GATO

95-09-23-DR> kardec-1> cadernos do professor - palestra temas para o ano 2000 preparando o terceiro milénio

A QUE NÍVEL VIBRATÓRIO ACTUA O MEDIUNISMO

Lisboa, 23/9/1995 - Enquanto o nome e o túmulo de Alan Kardec se encontra praticamente esquecido em França, sua terra natal, os kardecistas multiplicam-se no Brasil como sua pátria de eleição. Há, neste país da América do Sul, milhões de adeptos e três federações espíritas a nível nacional. O que explica a força de penetração de uma ideia, que em França, desde Alan Kardec, poucos desenvolvimentos e expansão teve.

Mas apesar desta força de penetração, assiste-se actualmente no Brasil a um fenómeno de reactualização do chamado espiritismo, com as correntes «instrumentais» que utilizam meios electrónicos para captar as «vozes do além», nomeadamente telefone, gravador de som, televisão e (imagine-se!) computador.

O clássico «medium», de que são figuras notáveis Chico Xavier e Divaldo Franco, começa inclusive a ficar fora de moda. Esta «modernização» do próprio espiritismo não deixa de estar de acordo com a ideologia subjacente às teses kardecistas, que sempre venerou a ciência oficial, materialista, e de que há exemplos flagrantes no campo da actuação médica, através de espíritas que são médicos e vice-versa.

A psiquiatria e a cirurgia, como não podia deixar de ser, encontram-se na vanguarda desta simbiose. E é comum, em centros psiquiátricos brasileiros, utilizarem-se técnicas mediúnicas de «apaziguamento» dos doentes, mas principalmente operações cirúrgicas que se dizem inspiradas em «espíritos» de ilustres cirurgiões já falecidos.

A questão não é duvidar sistematicamente destas práticas - como faz um cepticismo de raiz positivista que nunca mais compreende o fenómeno que se esconde sob as práticas espíritas -, mas compreender e situar, no espectro electromagnético, a que nível desse espectro, a que nível de frequências vibratórias, se encontram tais práticas e tais praticantes.

Se há milhões de adeptos no Brasil, é porque o kardecismo corresponde a uma real necessidade das pessoas e nesse aspecto - nem que seja uma ilusão colectiva - deverá ser levado em consideração e respeitado.

Com o advento dos meios electrónicos, que a Drª Sónia Rinaldi veio recentemente apresentar em Portugal, mais se reforça a necessidade de situar as energias que estão em jogo no processo espiritista. Porque o processo mediúnico, utilizando pessoas, tem ainda virtualidades que certamente a máquina não poderá ter. Um ser humano possui potencialidades divinas, é um facto. Mas uma máquina nem sequer chega a vibrar ao nível do metal - N8 - porque todo o produto manufacturado - um automóvel, por exemplo - vibra abaixo dos próprios materiais utilizados. E se uma máquina vibra abaixo de N8, é evidente que só pode captar abaixo dessa vibração.

Ora abaixo dessa vibração, olhando a nossa escala de energias - e de valores, e de valências - só podem ser forças infraterrestres.

O que muita gente se interroga é de onde promanam essas mensagens gravadas que se tornaram a placa giratória da corrente espírita designada Transcomunicação Instrumental. Claro que a democracia e o pluralismo também nestes campos devem existir e, portanto, se há pessoas que fizeram a sua escolha a este nível, teremos que nos respeitar uns aos outros.

Os que escolheram a psicoradiestesia holística não pretendem fazer guerra a ninguém, mas apenas dizer a que nível vibratório nos situamos e que nomenclatura usamos.

Neste aspecto da nomenclatura, as energias deverão distinguir-se, caracterizar-se e hierarquizar-se. O facto de os kardecistas nos dizerem que estão em contacto com «espíritos» que foram grandes nomes da Humanidade, não nos deve influenciar por aí além. Supondo que não há fraude e que, de facto, Divaldo Franco, por exemplo, é reincarnação de Víctor Hugo - como ele próprio assina ... - não está assente nem é garantido que um grande génio da humanidade seja necessariamente uma grande alma e muito menos um grande espírito.

Esta mitologia das grandes figuras é de criação recente na história da humanidade e corresponde a um equívoco de uma sociedade e de uma cultura que perdeu completamente o fio da tradição iniciática.

Talvez por isso valha a pena o trabalho de procurar um método iniciático que nos permita orientar no caminho da iluminação e não no caminho das trevas.

Os espíritas têm um lugar e uma função. Têm inclusive um papel histórico, na luta contra as parolices do racionalismo e do positivismo mais descabelados. Preocupam-se com a questão que nos deveria preocupar a todos: a transcendência da morte, o outro lado que o materialismo mais ignóbil chegou a negar literalmente. Inclusive têm a dignidade suficiente para serem um interlocutor válido na temática do ano 2000: o que vai ficar e o que vai perecer. Tratando-se entre si de «irmãos», defendem a caridade cristã como actividade social justificativa da sua mística metafísica.

Mas tudo isso - incluindo o pendor místico - não significa que, no espectro electromagnético e na ciência da escalometria, o espiritismo ocupe um lugar insubstituível. Outras correntes se mostraram mais exigentes no aspecto iniciático, sem se conformarem com o meramente místico. Ordem Rosa Cruz, Sociedade Teosófica ou mesmo a Antroposofia de Rudolfo Steiner, que é uma derivante da teosofia de Blavatsky, colocam o espírito a um nível muito mais próximo da realidade energética - que é, evidentemente, uma realidade exigente.

Aliás, este me parece ser o maior equívoco do espiritismo: que se possa considerar uma forma de acesso ao espírito, quando o espírito, e mesmo a alma ainda ficam bastante longe da démarche espírita.

Se o diagrama dos 7 corpos, estudados por Rudolfo Steiner [ Ver Diagrama Nº4 ], nos servir de referência, o espiritismo ocupa, na melhor das hipóteses, o patamar etérico se é que, como no caso das vozes gravadas em gravador de som, não ocupa mesmo o patamar abaixo do corpo etérico, onde reinam as forças telúricas e mesmo as forças infraterrestres. [Ver diagramas Nº4 e 6 ]

LÉON DENIS NA BIBLIOTECA DO GATO