quinta-feira, 18 de novembro de 2010

AQUILO A QUE CHAMAM MORTE-II

1-4-morte-3> da psicologia à noologia

ANGÚSTIA TANATOFÓBICA E APEGOS DO EGO

Lisboa, 17/11/1998 - Para o medo da morte - ou angústia tanatofóbica como lhe chamam os psicanalistas da escola de Freud - parece ainda não haver remédio, quer da medicina química alopática, quer da medicina natural.
Deixa-se andar, já que se trata de uma patologia «estrutural» e não tem portanto solução. Estando essa angústia na origem de muitas outras, poderá desenhar-se, desde logo, um quadro pouco animador da doença psíquica, a partir deste falhanço da ciência face à morte e à angústia da morte.
Podemos reflectir sobre o pessimismo destas posições. E tentar saber o que terá de mudar para mudar estruturalmente as causas que produzem a angústia de morrer.
Sem falar ainda de alquimia e de cura iniciática - tratamento de choque para a angústia tanatofóbica - vamos por aproximações. Quando a dificuldade é grande - e com a morte estamos perante o mais difícil dos problemas da vida... - Descartes aconselhava que se dividisse em partes. Tentemos, desta vez, ser cartesianos (mas não muito).

VIDA/MORTE: VASOS COMUNICANTES

Vida e morte podem encarar-se como um sistema de vasos comunicantes.
Sabe-se, pela experiência, que um grande apego à vida (aquilo que as pessoas chamam «amor à vida») aumenta o medo de morrer. Os espíritas têm assinalado testemunhos patéticos de pessoas que, no outro mundo, se supõem e querem ainda neste.
O desapego das coisas materiais (desta vida deste lado) poderá ser um factor subtil capaz de fazer baixar o medo da morte.
Tudo está em saber o que é apego/desapego e o que afinal distingue o chamado «amor à vida» do apego às coisas materiais.

A sociedade de consumo - com o culto hedonista dos valores materiais - só pode, logicamente, aumentar o medo da morte, na medida em que incrementa o apego vicioso às coisas materiais.
Invoca-se o argumento supremo das necessidades, o que até certo ponto é verdade. Mas saber como lidar com as necessidades - distinguindo as que são essenciais das que são supérfluas e meros artifícios de marketing comercial - é uma das alíneas no curso sobre a arte de se desapegar das coisas.
Curiosamente, a palavra apego forma-se com a palavra ego, o que já poderia ter levado os psicólogos, psicanalistas e psiquiatras a debruçar-se sobre esta interessante coincidência.
As místicas tradicionais não se têm cansado de falar desse ego e da forma como tudo irradia dos apegos do ego. E têm toda a razão. Ainda que a psicanálise tivesse ressuscitado a palavrinha mágica, a psicologia moderna, de um modo geral, deverá dar mais atenção a esse pormenor.
Aliás, a psicologia moderna deverá dar mais atenção do que tem dado às doutrinas e místicas que, ao longo do tempo, tem remetido para o caixote do lixo da metafísica, da superstição e da ficção.

AXIOLOGIA E PSICOLOGIA

A escala de valores pelos quais uma pessoa se rege tem, evidentemente, a ver com a angústia tanatofóbica, porque tem a ver com egos e apegos. Angústia que será minimizada quando as pessoas aprendem a relativizar aquilo a que dão maior valor, os tais apegos de coisas materiais.
Portanto, a axiologia deve ser chamada em socorro da psicologia, para minimizar a intolerável angústia da finitude.
Uma experiência como a da Gnose Vibratória (de Etienne Guillé) dá uma inestimável ajuda nesse trabalho de relativizar a vida, o mundo, os apegos e os egos, minimizando a angústia tanatofóbica.
Com os seus truques manipulatórios habituais, a sociedade de consumo já inventou e pôs a circular, um slogan mágico: é a popular «auto-estima» que hoje se encontra disseminada por todos os discursos, desde o estritamente científico até ao jornalístico-mediático. Aparecem mesmo anúncios na televisão em que uma jovem lindíssima se interroga: «Se eu não gostar de mim, quem gostará.». Analisado a fundo, este spot publicitário talvez pudesse revelar algumas vertentes trágicas da nossa triste sociedade de consumo.

CONSCIÊNCIA CÓSMICA

Condição sine qua non para alterar a escala de valores que nos regem é uma concepção e uma consciência cosmobiológica ou biocosmológica da vida.
À escala dos milhões de anos no tempo e dos milhões de anos-luz no espaço, a vida humana torna-se um átomo do universo, o que ajuda a dissolver o ego na imensidão.
A questão está em alquimizar ou não alquimizar essa consciência do todo, alquimia que as técnicas iniciáticas de todos os tempos têm procurado ensinar aos seus aprendizes ou iniciandos.
Relativizar, de facto, faz parte da aprendizagem iniciática e da arte de viver que é a arte de envelhecer.

A ARTE DE ENVELHECER

Se se envelhece aumentando os apegos, a morte será muito mais difícil, como vivência e provavelmente como patologia. Uma «morte serena», a que todos deveriam aspirar, é assim substituída por uma morte carregada de sofrimentos.
A tese cármica da doutrina hinduísta não acrescenta grande coisa a esta realidade de causa/efeito: é óbvio que cada um tem aquilo que merece, mesmo sem invocar a lei cármica.
Quando pensamos que a célula cancerosa «aspira à imortalidade material», deverá haver provavelmente alguma ligação entre o nosso apego emocional à «imortalidade material» que, no fim de contas, é o famoso «amor à vida», aquilo a que equivocadamente chamamos «amor à vida» , quando não «alegria de viver».
A Medicina já reconheceu que o cancro se instala num momento de grande stress emocional e psíquico. Ou seja, contrariada mas vai dando alguma razão àquilo que a mesma ciência classifica pejorativamente de «psicosomática». Mas sobre o mecanismo vibratório do cancro tudo está ainda por esclarecer, a partir dos trabalhos pioneiros de Rudolfo Steiner ( 1861-1925) e Etienne Guillé, que aliás esclareceram quase tudo.
Em contraponto, os estados depressivos, de melancolia e neurastenia, diminuindo esse apego à vida material podem criar no sujeito uma predisposição para a morte menos difícil: ou seja, a depressão tem a grande «vantagem» de, no mínimo, nos fazer desejar a morte como a libertação de um fardo. E aqui para nós que ninguém nos ouve, pensar na morte, às vezes, quando se constata a estupidez da humanidade e da vida (e do ensino superior...), faz um grande jeito e pode ser até terapêutico. Quando diariamente temos de nos confrontar com a cupidez e a ganância, que são as neuroses mais difundidas na actual sociedade, a hipótese do suicídio surge necessariamente como uma jubilosa libertação.
Nem quero pensar o que seria a vida sem esse escape. De pesadelo, chatice, drama e tragédia que já é, aquilo a que chamam vida transmudar-se-ia em qualquer coisa que nem podemos imaginar. Além de inelutável, a morte é necessária. Absolutamente necessária. O que pode ajudar a minimizar a angústia tanatofóbica.

Estatisticamente, a depressão encontra-se hoje largamente difundida e as causas são várias. O que poderá impedir de muitas pessoas em depressão se suicidarem, é em parte - curiosa e paradoxalmente - o medo da morte.
Esta ambiguidade fundamental face à morte poderá contribuir, em grande parte, para um certo equilíbrio no sistema de vasos comunicantes em que falámos: o estado depressivo diminui o medo da morte mas o medo da morte evita que muitos deprimidos se suicidem.
Dada a estatística, seria provavelmente uma hecatombe sem este mecanismo «homeostático».

O INEXPLICÁVEL

O estado depressivo tem ainda outras características que o ligam a um instinto tanático: cria diferentes escalas de valor no sujeito e é uma experiência tìpicamente subjectiva. Ninguém que sofra de depressão, pode explicar a ninguém o que é estar deprimido. Mesmo os médicos e terapeutas raramente compreendem o sofrimento de um deprimido.
Sendo uma das neuroses mais graves e difundidas, é relativamente menosprezada, quando não é pura e simplesmente assimilada com truque e simulação do sujeito para se eximir a responsabilidades ou para fugir a compromissos.
A atitude social perante aquilo que se tem rotulado de «doença mental» foi sempre e continua a ser uma atitude torcionária, por mais panos quentes que uma suposta deontologia se empenhe em criar.
Só quem sofre de depressão sabe o que isso é e quanto custa.
Ensina a experiência, no entanto, que o agravamento do estado depressivo se relaciona com as duas formas de labirinto do ser humano: intestinos e cérebro, o que invoca a doutrina tradicional das morfogéneses e das homologias, que a ciência ordinária ainda encara com desprezo e mofa. Ou nem sequer encara.
Uma forma de tratar a depressão será, portanto, tratar a fundo o intestino, segundo o sistema dos 5 elementos da medicina tradicional chinesa.
Uma outra forma de atenuar a angústia e o medo da morte, é regular o yin-yang do rim, órgão que a medicina tradicional chinesa associa ao medo, à angústia e , curiosamente, à energia ancestral.
O rim/bexiga, portanto, seria a esfera energética a reequilibrar - com fitoterapia chinesa, com acupunctura ou, melhor ainda , com macrobiótica - para atenuar a famosa angústia tanatofóbica e outras angústias do nosso tempo de angústias. O rim/bexiga seria a esfera energética onde o sistema de vasos comunicantes entre vida e morte se regula .
Sem uma visão holística e cosmobiológica como é a da medicina tradicional chinesa dificilmente poderemos enquadrar problemas tão básicos e tão fundamentais como este da morte.
Problema que muitos autores consideraram o único problema da vida.
Vale sempre a pena voltar a reflectir sobre esta afirmação.

ALTERNATIVAS AO CHAFURDO

Se a patologia estrutural tanatofóbica não tem cura, pode ter atenuantes. Como atenuantes poderosas das patologias neuróticas, poderemos considerar, hoje, 4 terapias que a medicina oficial obviamente ignora, que as medicinas naturais menos obviamente também ignoram e que estão hoje muito longe da assumir a importância que merecem num curso de Naturologia:
a) Oligoterapia catalítica
b) Terapia ortomolecular
c) Terapia Floral ou Terapia Sublime
d) Gnose Vibratória ou terapia alquímica (Cura iniciática ou cura quântica)
No entender dos que estudam a gnose vibratória ou terapia alquímica de Etienne Guillé, a terapia floral actua a um nível da alma de tal modo elevado que poderá ser considerada a terapia sublime por excelência.
Distinguindo as frequências vibratórias em que actuam as várias substâncias energéticas, podemos de facto verificar experimentalmente essas frequências vibratórios e os diferentes níveis. Sem lugar a dúvidas ou incertezas.
Se é de angústia tanatofóbica que falamos, a elevação do nível vibratório de consciência (a que Deepak Chopra chama cura quântica) é o melhor e talvez único remédio. Resumindo, poderemos afirmar: a subida na vertical é o melhor remédio contra a morte, contra o medo à morte.
Tese que tencionamos defender, até às últimas consequências, no trabalho do fim de semestre que apresentaremos à cadeira de Psicologia, da nossa professora Judite Corte Real: Da Psicologia à Noologia - A Terapia Sublime e o Potencial Vibratório do Ser Humano.
Potencial vibratório, em Noologia, é aquilo que em Psicologia se chama «Vida Psíquica». E terapia sublime foi o nome que alguém deu às essências florais ■

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