terça-feira, 1 de junho de 2010

A RAZÃO DA DESRAZÃO-I


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[00-00-2005]

MY LIFE - LIVROS DA MINHA VIDA

ERRÂNCIAS DA RAZÃO - ITINERÂNCIAS RETROSPECTIVAS

«Histoire de la Folie» , de Michel Foucault - Tinha o livro na estante há tantos anos mas as suas 670 páginas desencorajavam-me e não o lia, não o abria sequer.
Hoje, que vi a tradução em português no alfarrabista Gilberto, mergulho no texto. Suspeitava de que era uma obra-prima mas nunca uma dupla obra-prima.
Descoberta agora nos meus 72 anos, é um bom ponto de arranque para a necessária retrospectiva que eu devo fazer sobre as errâncias da razão, desde, pelo menos, a leitura de «A Razão e Absoluto», de José Bacelar (edição Seara Nova, 1947). A data do livro de Foucault é 5 de Fevereiro de 1960.
Pelo meio, só o António Sérgio me fez reincidir no racionalismo de curto fôlego, divergindo sempre para várias linhas da desrazão, talvez a partir de Nietzsche, que comecei a ler aos 15 anos, instigado pelo Joaquim Lúcio Duro que também devorava o autor de «Assim Falava Zaratustra» e de «A Origem da Tragédia».
Depois os surrealistas em geral e alguns em particular, como Artaud ( O Teatro e Seu Duplo) foram outras linhas divergentes do racionalismo. Artaud é um dos autores a que Foucault dedica atenção. Mas também dedica a outras obras, umas que conheci - Erasmo de «O Elogio da Loucura», que li na velha Biblioteca Cosmos - e outras que continuam à espera de coragem para as ler: Dom Quixote de Cervantes é o mais evidente.
O livro «Le Matin des Magiciens» que li no ano em que saiu na Gallimard (1960) representa outra reviravolta nas minhas errâncias em torno da razão. E toda a literatura «realista fantástica» dele decorrente.
Note-se: nada por aqui e até aqui tem a ver com a ideia ecológica: antecedente dela, só a prospectiva de autores que já se sumiram da minha memória mas sobre os quais ainda escrevi que me fartei nas crónicas «futuro» de «O Século Ilustrado».
Fugindo à cronologia certa, listo mais alguns autores que me foram fazendo divergir da ortodoxia racionalista e convergindo ou não na ideia ecológica:

EDGAR MORIN (*)
ERICH FROMM
FRITJOF CAPRA
HENRI LEFEBVRE (*)
HERBERT MARCUSE (*)
IVAN ILLICH
ROGER GARAUDY (*)
WILHELM REICH (*)
- - - - -
(*) Em comum, terem sido despedidos do PC
- - - - -
Inesperadamente para mim, Foucault cita 3 autores que de há muito se encontram na minha estante com o rótulo gatinho verde:
Aimé Michel
Lyall Watson
Robert Tocquet

Teria de recordar algumas polémicas em que me envolvi por causa da crítica e da mania crítica.
Ainda não se falava de paradigma que, depois da holística, é hoje a palavra que tenta resumir a polémica da razão versus desrazão.
Talvez me pergunte, por exemplo, se a polémica do neo-realismo seria uma alínea dessa outra polémica maior. Ou talvez fosse apenas um pretexto.
*
Posso listar aqui, bastante ad hoc, os files que convergem nas minhas errâncias pela razão até à holística e à noologia :
ritmo
hippies
biocracia
energia
metas
tese
tesee
guille
rep-67
choice
67-09-17-di-ml
67-09-17-dp-ml
a-diário71-gs-4
a-episte-gs
alma-10
a-obsceno-gs
a-progresso-gs-6
a-sabedoria-gs
a-sol
bnotas-2
chaplin
ciência-md
dcm73
dcm83
dcm88
episte
futuro65-1
hawking
nucleo12-rh-cr
popper
truffaut

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