terça-feira, 19 de outubro de 2010

O CANCRO COMEÇA NA QUÍMICA


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A CURA PELOS OLIGOELEMENTOS

QUEM CONHECE ANDRÉ VOISIN?(*)

[«Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 7-4-1984]

Autor de duas obras revolucionárias - «Solo, Erva, Cancro» (1961) e «Produtividade da Erva» - rapidamente poderemos compreender, pelos seus títulos e conteúdo, porque é André Voisin, membro da Academia de Agricultura de Paris, um desconhecido dos nossos intelectuais cultos e responsáveis.
As investigações que realizou como pesquisador independente, incomodam interesses tão poderosos, que chega a parecer milagre a própria edição lançada em Paris pelo editor "La Maison Rustique".
Quantos clamam pelo rigor da investigação científica bem podiam pôr os olhos neste agricultor e cientista: a sua base bibliográfica pode classificar-se de assombrosa, e por vários motivos.
Um, pela capacidade de síntese que André Voisin demonstra assimilando numa obra de tese centenas de contributos extremamente especializados, nos mais variados domínios de Bioquímica.
Outro, é que uma bibliografia tão vasta, abrangendo cerca de 428 títulos e dezenas de autores permaneça ignorada daqueles que tanto nos badalam a paciência com a importância da ciência e o papel dos cientistas.
Essa, no fundo, é outra ciência, oficial e acomodada, conformista, que não ponha em causa o interesse das multinacionais de química (por exemplo) , antes pela contrário: que esteja literalmente ao seu serviço. Só essa é laureada, invocada, celebrada.
De facto, não percebemos como e porque a obra de André Voisin não figura entre os grandes manifestos deste nosso século. Ela tem para os seres humanos uma importância talvez maior do que obras consideradas fundamentais para a civilização moderna. De qualquer maneira, ela terá repercussões sociais tão importantes como as que tiveram as obras de Marx, Freud ou Einstein, e alguns textos-chave da Idade Moderna como por exemplo: A Origem das Espécies (Darwin), Tristes Trópicos (Claude Lévy Strauss), A Criança (Maria Montessori), La Paix Blanche (Robert Julin), Os Condenados da Terra(Franz Fanon), A Convivialidade (Ivan Illich).

OLIGOELEMENTOS E OLIGOTERAPIA

Outra grande inconveniente de André Voisin para o Establishment, é a sua clareza de exposição. Não pode fingir de profundo sem o ser. A profundidade e originalidade do que escreve não implica que o leitor comum fique a zero, e não consiga apreender a importância, o alcance e as tremendas repercussões do seu pensamento para a vida quotidiana de todos nós, homens vulgares.
Outro motivo que não levou à celebridade e ao Prémio Nobel o nome de André Voisin : o seu estudo ecológica de doença inutiliza, de um golpe, a terapêutica química, a vacina (imunização química) e a agricultura química,
Segundo a investigação causal/ecológica de André Voisin, doenças infecciosas e doenças degenerativas radicam na mesma causa: a carência de oligoelementos dos alimentos, gerada na terra e nos processos de cultivo vigentes.
Dar este instrumento de libertação às pessoas , é de facto motivo para silenciar André Voisin e deixá-lo apenas no conhecimento das minorias ecologistas.
Idêntico silêncio rodeia igualmente a Oligoterapia e todos os investigadores que, às dezenas, se têm dedicado a estudos sobre as carências bioquímicas de solos, alimentos e organismos vivos.
Depois do trabalho efectuado por André; Voisin , dizer que nada se sabe hoje da cancerogénese, é uma refinada mentira. Mais correcto é dizer: o que se sabe incomoda, profundamente, isso sim, os vendedores de medicamentos, de adubos químicos, de pesticidas, de aditivos alimentares, de conservantes, etc.
O que se sabe, põe a química, os químicos e todos quantos nos manipulam, em tribunal de consciência.
Por isso o silêncio é de morte sobre investigadores como André Voisin, Michel Remy , Louis Kervran, Pfeiffer.

O CANCRO COMEÇA NA QUÍMICA

«O cancro começa na agricultura química.»

Esta afirmação pode ser hoje feita com toda a segurança e baseia-se nos estudos realizados por alguns cientistas no campo dos oligoelementos.

Se não é possível à ciência dizer ainda hoje a causa específica do cancro, torna-se no entanto cada vez mas claro o terreno orgânico que a ele conduz.

E esse terreno orgânico é consequência directa dos alimentos que ingerimos, da água que bebemos, do ar que respiramos, todos eles empobrecidos dos micro-elementos ou oligoelementos essenciais à vida

Entre nós, a drª Joana Warden tem sido uma incansável estudiosa dos elementos essenciais à vida. Quer como professora da Faculdade de Ciências, quer em conferências e intervenções publicas, nomeadamente na Sociedade Portuguesa de Naturologia, ela aponta com clareza onda estão as causas da muitas doenças que se teimam em considerar ainda hoje de origem desconhecida.

Uma das principais razões que levaram ao desprezo dos oligoelementos e da sua importância para a manutenção da célula viva, é o facto de entrarem em quantidades ínfimas na natureza viva, animal ou vegetal.

Considerados por isso elementos-traço (quase apenas vestígios...) a ciência já conseguiu descobir e analisar até hoje 17 elementos essenciais: ferro, cobre, zinco, magnésio, cobalto, molibdénio, flúor, iodo, boro, alumínio, níquel, bromo, vanádio, cádmio, silício e selénio.

Mas em que medida a agricultura química em particular e a poluição em geral contribuem para tornar os terrenos agrícolas pobres em oligoelementos, logo os alimentos e, portanto e finalmente, o corpo humano que deles se alimenta?

Em que medida, também, a água que bebemos pode estar privada desses oligoelementos essenciais à vida?

Em que medida, até, o ar que respiramos se torna, pela presença do chumbo e outros metais pesados, uma fonte de doenças e carências?

A razão é sempre a mesma, para todos esses casos: a intervenção dos metais pesados (o que na generalidade se chama poluição), tais como o chumbo e o mercúrio, afasta e elimina, da terra, dos alimentos, do ar e da água, os metais leves que são os tais 17 elementos (até agora conhecidos) essenciais à vida

Os metais pesados afastam, portanto, em sentido literal, a vida e preparam um terreno de pré-necrose.

Daí que haja hoje uma geografia da doença e que se tenha já delimitado a incidência de certas enfermidades a determinadas regiões.

É ponto assente, por exemplo, que os solos pobres em selénio provocam nas populações surtos epidémicos.

Antídoto do mercúrio, o selénio rareia cada vez mais nos produtos da terra e tem que ser procurado no mar, em produtos tais como algas e mariscos.

Em princípio, o selénio deveria abundar nas quantidades necessárias ao organismo humano em produtos como cereais integrais, levedura de cerveja, gérmen de trigo, alho, cebola, gema de ovo, cogumelos, espargos, sal integral, fígado, rins, lacticínios, sementes de girassol e na água.
De acordo com os estudos efectuados por Joana Warden, o selénio intervém na síntese das substâncias indispensáveis ao sistema imunizante (defesa) do organismo humano.

É também o caso do magnésio, que ajuda a proteger de gripes e constipações.

Quanto ao crómio intervém no metabolismo dos corpos gordos e do colesterol. Com a idade e à medida que o nível de colesterol sobe, o nível de crómio desce, sendo esta uma das causas da hipertensão.
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado na «Crónica do Planeta Terra», «A Capital», 7-4-1984

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