quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MÍSTICA DO MILAGRE




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DOENÇAS CÓSMICAS, REMISSÃO ESPONTÂNEA E MILAGRE

Lisboa, 11/11/1996 - Relacionada ainda com o anterior capítulo, é a velha questão: o sofrimento ajuda (ou não) a progredir espiritualmente?
À luz da gnose vibratória , é capaz de ser uma falsa questão, um sub-produto de ideologias, religiões, civilizações fatalistas e sado-masoquistas, todas as conhecidas depois da Queda.
Se é verdade que um stress involuntário - um cancro, por exemplo, ou outra doença de menor monta - origina (desencadeia) processos que, acelerando a alquimia metabólica, propiciam um terreno orgânico aberto a energias vibratórias da Alma e do Espírito, que até então não tinham tido oportunidade de vir animar a matéria - há 41 anos que dura esse bloqueio - é evidente que isso é um sucedimento muito contingente e aleatório. E ouvir-se-á , em Lourdes ou em Fátima, quem grite e seja verdade: «Milagre!», «Milagre!».
As chamadas curas quânticas são consideradas «milagre», tal a sua raridade/excepcionalidade.
O médico norte-americano Deepak Chopra, de origem indiana e simpatizante da meditação transcendental, conta algumas dessas «remissões espontâneas», arquitectando toda uma teoria na base da mecânica quântica, mas tudo fica mais ou menos enigmático e sem explicação a nível prático.
Do que se trata com um método vibratório que, só por si, é um produtor de stresses positivos - quer dizer, stresses conscientes e consciencializados, orientados segundo uma metodologia precisa, a partir do trabalho com os 7 metais alquímicos - do que se trata é mesmo de tornar o milagre uma ocorrência quotidiana. Sem querer estragar o negócio de Fátima ou de Lurdes, devemos dizer isto às pessoas, crentes ou incréus.
Se tivermos em conta , novamente, o que chamei, no file anterior, «escalonamento progressivo na escala hierárquica de valor vibratório», cada uma das 7 oitavas indicadas corresponderá a um stress positivo e, portanto, a uma terapia graduada.
O que acontece com as chamadas remissões espontâneas do cancro, contadas por Deepak Chopra, é que, como o cancro é uma doença , simultaneamente, aos 3 níveis do Ser Trinitário - Espírito, Alma, Corpo - o stress provocado no nível do Corpo pode «ressoar» através da Alma (das 2 pirâmides vibratórias da Alma, verdadeira caixa de ressonância) até ao Espírito e portanto redimir o sujeito d(ess)as energias do Cancro, ditas energias de anti-pedra filosofal.
Possivelmente o mecanismo do Milagre é muito mais complicado do que isto, mas não significa que isto não seja uma boa hipótese de trabalho para obter resultados práticos de cura.
Até porque, até novas notícias, não conheço outra.
De qualquer modo, há aqui um indício confirmativo de 2 mitos:
a) o sofrimento redime
b) o espírito pode ajudar a curar o corpo-matéria
É um facto, quando a doença é das que «descem», as tais a que Rudolfo Steiner chamou «iniciáticas» ou «cósmicas».
O caso tormentoso de Stª Teresa de Ávila, contado até à exaustão na obra de Carlos H.C. Silva «Experiência Orante em Santa Teresa de Jesus», pode exemplificar essa intercomunicação entre o de baixo e o de cima.
O poder da oração e da fé - energias de cima para baixo - talvez seja esse: conjugado com o stress do corpo - energias de baixo para cima - é capaz de dar um cocktail salvador, curativo.
Mas nunca fiando: sem método, pode dar e pode não dar.
A duração desses stresses, no caso de Stª Teresa, parece-me excessivo e aterrorizador. Defender esse sofrimento releva de um fundo sado-masoquista que é uma marca das civilizações, religiões, ideologias fatalistas pós - Queda.
O que a Gnose Vibratória ensina , sem fatalismos sadomasoquistas nem sofrimento escusado , é apenas isto:
a) Os stresses são necessários à «abertura espiritual» das energias vibratórias de alta frequência
b) Se forem stresses prolongados , no entanto, acabam por abortar, em pessoas e circunstâncias comuns (a maioria) , só resultando num progresso espiritual em pessoas e circunstâncias excepcionais (caso Stª Teresa)
c) Um stress orientado (positivo) segundo o método de gnose vibratória, não só realiza as etapas gradualmente , como acelera a alquimia e, acelerando a cura, diminui a duração dos stresses.
Quando falamos de «sofrimento escusado» é de Entropia que estamos falando e, portanto, de sistemas não vivos: a entropia sem retorno num ser vivo é a perversão fundamental num ser vivo. Em eterna entropia, o ser humano funciona como um ser morto.
Em vez de fortalecer a fé (energias de cima) , como nas pessoas de excepção excepcionalmente pode acontecer, o prolongado sofrimento esgota as energias e provoca, no comum das pessoas comuns, efeitos contrários - a depressão, caldo de cultura de todas as doenças.
Ser contra o sofrimento desnecessário - e ser a favor só do sofrimento necessário e suficiente, ou seja, do que merecemos - não é só porque o sofrimento é estúpido e estupidifica mas porque tem, em caso de doença, resultados antiterapêuticos.

A esta luz e com estas premissas, a Gnose Vibratória é uma medicina a que ostensivamente chamaria Redentora.■

24-11-1998

A ORAÇÃO: MODELO DE AUTOTERAPIA

Caso de iniciação «espontânea», obrigatório neste roteiro, é o de Santa Teresa de Jesus que, como tal, tem merecido estudos de eminentes personalidades universitárias, como é o caso do Prof. Carlos H. C. Silva, com a sua tese de doutoramento «Experiência Orante em Santa Teresa de Jesus», Edições Didaskalia, Lisboa, 1986.
O crasso materialismo da ciência académica, no entanto, tem insistido em incluir Santa Teresa no famoso «histerismo», categoria psiquiátrica que facilitou a Sigmund Freud (1856-1939) o pontapé de saída para as suas aventuras na psicanálise de divã.
A oração e Santa Teresa aparece, neste roteiro, como forma de iniciação espontânea, distinta das formas já indicadas por Vasques Homem:
- imposição de mãos
- magnetismo
- massagem
- exorcismo.
E distingue-se por uma característica que radicalmente a singulariza: é um acto individual, não implica a presença de um curador, curandeiro, doutor, médico, terapeuta, padre cura, psicanalista, guru, etc. É um trabalho de cada um com cada um.
A oração como autoterapia mereceu um estudo extraordinário interesse do cirurgião e fisiologista francês Alexis Carrel ( 1873-1944): «A Oração - Seu Poder e Efeitos» - Ed. Tavares Martins, Porto, 1945
Num tempo de total e completo assistanato - dependência subserviente do doente ao curador - quer na medicina académica quer na medicina que se diz natural - a valorização das autoterapias tem um valor pedagógico que não deve negligenciar-se.
A oração pode, em certo sentido, ser um vestígio de antigas e severas técnicas iniciáticas, perdidas na voragem de uma civilização que tem escravizado o ser humano a pretexto de o libertar. ■


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