sexta-feira, 8 de outubro de 2010

DAVID SERVAN-SCHREIBER: O MÉDICO REBELDE



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O LIVRO «ANTI-CANCRO», DE DAVID SERVAN-SCHREIBER:
UM CASO (QUASE) ÚNICO DA LITERATURA ONCOLÓGICA MUNDIAL

22 CONSIDERAÇÕES DE UM IGNORANTE SOBRE A IGNORÂNCIA MÉDICA

Quarta-feira, 9 de Junho de 2010

Não sendo caso único na literatura médica e oncológica de todo o mundo ( em 1982 apareceu o famoso testemunho do Dr. Anthony J. Satillaro «Recalled By Life») o livro «Anti-Cancro», do dr. David Servan-Schreiber, em língua portuguesa desde 2008, recomenda-se por vários motivos:

1 – Repete, ponto por ponto, o que há mais de 100 anos, desde a corrente neo-hipocrática da Medicina, vem sendo defendido na prevenção e terapia do Cancro, por várias escolas, correntes, autores e livros da mais diversa índole e à revelia da disciplina académica e do establishment médico vigente; não é por acaso que a Sociedade Portuguesa de Naturologia vai fazer um século em 2012 a defender os valores que defende, muitos dos quais o Dr. David adopta, ainda que com alguma relutância;

2 – O Dr. David, médico e autor do livro «Anti-Cancro – Uma Nova Maneira de Viver» , vê-se em sérios apuros para ser aceite e compreendido pelos seus pares da comunidade médica, mais interessada em manter o status quo da Doença do que em abrir caminhos para a curar; mais interessada na especialização das especialidades do que numa abordagem holística e global do fenómeno saúde/doença;

3 – David é alvo de críticas e perseguições e conta pelos dedos de uma mão as cultas sumidades (sempre de gabarito universitário) que se dignaram conceder-lhe alguma atenção; dá especial relevo à colaboração que lhe foi prestada pelo Doutor T. Colin Campbell, professor da Universidade de Cornell; e também a Michael Lerner, sociólogo e psicoterapeuta, fundador do Commonweal Cancer Center na Califórnia, que inclusive o encorajou a escrever este seu livro;

4 – Neste quadro de ignorância generalizada da alta ciência médica, o medo à morte e ao cancro foi em David mais forte do que o medo às críticas e à discriminação de que foi alvo por parte da disciplina corporativa reinante nas universidades: e o medo de quebrar os compromissos de honra de classe com os pares do reino;

5 – De certa maneira, ficamos esclarecidos sobre a medicina e o mundo que temos. E porque é que o progresso tecnológico tem sido e continua a ser o retrocesso humano, cultural e civilizacional que sempre foi; ficamos esclarecidos sobre as razões profundas que fizeram da Ecologia Humana em geral e da Ecologia do Cancro em especial ciências malditas completamente abominadas pelo sistema;

6 – Há que reconhecer o esforço do Dr. David Servan-Schreiber para tentar perceber porque é que a alta ciência médica, as múltiplas especialidades em que se subdivide, a sintomatologia química, as terapias hiper-tecnicistas, em suma, os laboratórios de investigação com orçamentos milionários e as prestigiadas cátedras de intocáveis, porque é que todo este sistema tão sofisticado e perfeito não consegue compreender o óbvio ululante, a simples relação de causa e efeito entre a bota e a perdigota, entre, por exemplo, a alimentação e o cancro, o comportamento ou estilo de vida e o Cancro, entre consumos correntes e o Cancro, entre poluições (químicas, electro magnéticas, radioactivas, etc) e o Cancro, entre o Ambiente e o Cancro;

7 – É quase comovente ver o Dr. David a tentar enquadrar numa lógica ecológica, holística e ortomolecular o seu próprio caso – um tumor no cérebro – para tentar uma remissão e o retorno a uma vida «normal»; perdeu-se e perdeu tempo por algumas veredas menos aconselháveis – ayurveda e fitoterapia ayurvédica, por exemplo – mas conseguiu chegar à clareira da lógica ecológica (o Cancro está - também - no Ambiente) , onde a relação entre Cancro e causas ambientais é clara, evidente e óbvia; menos para as altas especialidades científicas, claro…

8 – Se o esforço do Dr. David Servan Schreiber – figura grada e graduada dentro do Establishment – é quase heróica , poderá avaliar-se, já agora, o que foi, o que tem sido, o esforço fora do Establishment, de personalidades como Michio Kushi, Jorge Oshawa, Serge Jurasunas: Deepak Chopra será o terceiro caso à parte de formação médica mas que adoptou, completa e totalmente, a lógica ortomolecular, nesse livro genial que se chama «Cura Quântica» (edição portuguesa há muito esgotada e que a Leya bem poderia reeditar) ; a lógica ecológica da Doença em geral e do Cancro em particular;

9 – Será sempre um mistério – até ao fim dos tempos – porque é que as Faculdades de Medicina produzem gerações de médicos obedientes à lógica analítica do específico, do medicamento químico, da cirurgia, de toda a complicabilidade tecnológica erguida como uma prisão a todos os seres humanos; no mínimo e como abertura mínima ao mundo e à vida, que se apresentassem ao doente que sofre os dois caminhos que ele pode escolher: a medicina ecológica e a medicina sintomatológica; seria eticamente a única atitude possível; o monopólio de uma única via (a mais complicada e cara para os orçamentos de Estado) é desumano, imoral, anti-económico e já devia ter sido declarado ilegal caso o Establishment em geral não estivesse também ao serviço do Establishment médico;

10 – A atitude filosófica e metodológica do «anti» que percorre todo o livro do Dr. David Servan-Schreiber e lhe dá o título - «Anti-Cancro» - revela a mentalidade que preside a todo o nosso sistema de valores, sempre em guerra contra qualquer coisa e que inventa e comercializa mil específicos para combater isto, aquilo e mais aquilo; O «anti» do título e do conteúdo do livro é todo um programa e todo um paradigma em que a medicina ainda se move: a sintomatologia médica é uma luta assanhada e interminável contra a doença; e o Dr. David viu-se em apuros quando tentou dar a volta e reconhecer o verdadeiro paradigma, o que hoje poderíamos chamar «medicina do terreno» - que incentiva as defesas naturais em vez de combater sintomas e que foi o paradigma de todas as grandes medicinas do mundo, a começar na Medicina Tradicional Chinesa e no yin-yang taoísta;

11 – Afinal foi o paradigma do «anti» tudo e de que tudo tem de ser combatido, que fez deste triste Ocidente a civilização da barbárie que temos e que diariamente os jornais e telejornais nos metem pelos olhos dentro; e não será o Dr. David Servan-Schreiber, mesmo quando fala de taoísmo, que irá mudar o rumo da História; para a mentalidade do «anti-tudo» é muito difícil, senão impossível, compreender a cultura do yin-yang, do princípio único taoísta; nem uma palavra de agradecimento, portanto, será de esperar que ele dedique ao princípio único taoísta e às medicinas dele derivadas: Acupunctura, Tai Chi, Macrobiótica, etc;

12 – O que chega a ser um bocadinho irritante neste livro é que só agora, em Agosto de 2008 (data da 1ª edição portuguesa), se conheça em português matéria e informação que desde há pelo menos um século tem sido estudada, debatida, descoberta, por dezenas de autores, correntes, livros e autores; o que irrita mesmo é que o sr. dr. David esteja sempre a pedir desculpa ao Establishment médico que ele se vê na obrigação de criticar e contestar mas hesite sempre e faça uma laboriosa ginástica para reconhecer o óbvio que os seus pares não querem ver nem reconhecer, o óbvio que há muito estava reconhecido e propagado, desde os neo-hipocráticos, por todas as correntes alternativas à medicina química e aos procedimentos da medicina químico-farmacêutica; o sr. dr. David farta-se de pedir desculpa aos da mentalidade médica, quando os critica, mas nem uma só vez cita os precursores e autores das ideias com as quais agora se banqueteia; e com as quais – o que é talvez mais importante – conseguiu remir o Cancro no cérebro e de que há 18 anos se considera curado.

13 – Tal como dizia Oshawa, o Cancro é uma doença da Arrogância; e – diria eu – da ignorância auto-satisfeita de o ser e que nem coragem tem de se confessar. A empresa Leya, que edita este livro do Dr. David Servan-Schreiber – e que cita umas citações do New York Times (sempre e em tudo o americanismo) - nunca publicaria um livro de Serge Jurasunas, ou do Indíveri Colucci, ou do Michio Kushi; e daí, quem sabe? Fica a sugestão.

14 – Se o Cancro é uma doença do terreno (e é) a alimentação é obviamente determinante, já que é pela alimentação que diariamente cultivamos esse terreno; no entanto, este óbvio ululante continua a ser ignorado ou ridicularizado pela mentalidade médica que o Dr. David Servan Schreiber tenta seguir à risca; ele teve que consultar estudos epidemiológicos, bancos de dados, resmas de livros para se convencer do óbvio; e assim sendo, o Cancro poderá também definir-se como uma doença da ignorância, em sentido lato, já que é também uma doença da informação em sentido biológico, mais simplesmente uma doença metabólica e que leva em conta as defesas naturais, a imunidade de que todos à partida gozamos mas de que negativamente abusamos ; a começar nas vacinas obrigatórias, o primeiro grande ataque ao sistema imunitário que se tornou hábito obrigatório nas nossas tristes sociedades;

15 – Que as gorduras saturadas possam ser uma das principais causas do Cancro da mama aparece como óbvio a quem pense em termos de lógica alimentar e de causa/efeito; para a mentalidade sintomatológica do «anti-tudo», o assunto continua, na melhor das hipóteses em discussão, porque ainda não está provado cientificamente que assim seja;

16 – Às vezes, a ignorância chega a confundir-se com má fé: se tudo o que se mete no organismo (principalmente pela boca) é uma informação (e é) que o ADN molecular irá incorporar, talvez se possa concluir que os milhares de agentes químicos, de corantes e coagulantes, de radiações ionizantes, de radiações electro-magnéticas, de mil poluições do ar, da água e dos solos, mereçam melhor – nesta dialéctica – o nome de contra-informação ou de desinformação. Muita dessa desinformação o ADN tem maneira de rejeitar, como o Dr. David várias vezes reconhece: mas outras há em que não pode e é o caso, por exemplo, dos metais pesados, sem esquecer que os medicamentos levam metais pesados tal como os pesticidas e outros químicos lançados no organismo ou no meio ambiente;

17 – Doença estrutural da mentalidade médica é de que há muito a investigar em laboratório e usando ratinhos como Cobaias e de que é preciso milhares de dólares para essa investigação conseguir apurar a verdade «científica»; no livro do Dr. David Servan-Schreiber está sempre presente esta mentalidade: ele inventaria sempre milhões de dólares necessários para subsidiar a investigação. Regra geral trata-se de investigar o óbvio, as ligações óbvias de causa/efeito e a informação que serve ou não serve o ADN molecular. O mero instinto ou bom senso e a experiência responderia e responderá à maior parte das questões que a ciência diz investigar e para as quais se reclamam milhões de dólares.

18 – Se o Cancro nasce no ADN molecular (porque nasce) e é, portanto, em sentido biológico, uma doença da informação, fica claro que qualquer informação – alimento ou medicamento – que se apresente como cura o pode afectar positiva ou negativamente;

19 – Se o Cancro é uma doença da informação (e é) , o melhor remédio será evitar toda a informação que vá alterar o funcionamento ortomolecular da célula;

20 – Se o Cancro se desenvolve a partir da fase chamada «replicação» no quadro da divisão celular, toda a informação química e/ou não orgânica será fatalmente favorável ao desenvolvimento e proliferação de células produzidas nessa fase;

21 – Se o Cancro é uma doença da informação (e é ) equivale a dizer que é uma doença do terreno orgânico ou do metabolismo: que este óbvio ululante cause estranheza à medicina química e sintomatológica é que causa a maior estranheza, ao Dr. David e a nós todos, graças a Deus. Que o óbvio e o lógico ecológico cause tanta estranheza significa também que o Cancro , além do mais, é também uma doença da nossa condição ideológica;

22 – Este foi o longo calvário de zig-zagues que o Dr. David Servan-Schreiber teve que percorrer para remir o Cancro no cérebro: e que ele testemunha nas 363 páginas deste seu livro, na edição portuguesa da Leya, que inaugura mais duas novidades: não há um nome que assine a tradução e a edição é feita, não sobre o original francês da Robert Laffont mas sobre a versão americana de língua inglesa.

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