terça-feira, 17 de agosto de 2010

O LIVRO EGÍPCIO DOS MORTOS






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A «IMORTALIDADE» AO ALCANCE DOS MORTAIS(*)

3-12-1996
- Caderno de encargos para outra vida – viagem de ida sem regresso -- o que ficou conhecido por «livro os mortos egípcio» (*) toma notas sobre o que se deve preparar neste mundo com vista a ter, pelo menos, duas assoalhadas garantidas no outro.
Quem vai pró mar avia-se em terra e há que passar a grande prova dos símbolos. Como tudo quanto os egípcios anteriores a Mubarak faziam, na senda dos protochineses e outros habitantes do Continente Mu (vulgo: Atlântida), como, por exemplo, os Tibetanos, há que dar prioridade a quem se apresente pela direita quando o tráfego é intenso. E o tráfego (tráfico), nos dias que correm, com o afluxo de canais, está congestionadíssimo de símbolos e ícones, pelo que ter à mão de semear um guia rápido de como se foge à morte afrontando-a é, apesar das dificuldades de criptografia, de útil manuseio.
Mas este «cardfile» do inferno, agora editado com uma olímpica coragem pela Assírio & Alvim(*), tem ainda outros atributos desinquietantes. Cada investigador que o encontra, fica com histórias para contar toda a vida -- como se preparasse os próximos capítulos de reincarnações futuras. Ninguém pode estar quieto com este papiro da Morte à cabeceira, com esta telenovela pré-bíblica (e prédiluviana), com a primeira «obra aberta» do Mundo que a humanidade escreveu, ainda o sr. Umberto Ecco não tinha nascido, mais a sua tecnocracia das letras e muito menos a ninhada de discípulos que ele havia de gerar por aqui.
Comparado com o chamado «livro dos mortos tibetano», que encantou o alucinogénico e psicadélico Timothy Lear, não se notam logo as semelhanças, porque à vista desarmada não se vê nada do que importa ver. É preciso fechar os olhos.
Quem quiser fazer a viagem ao fim da Noite terá que tomar, não só algumas precauções cautelares (não comprar o livro, por exemplo) - como recomendaram dois mestres deste tipo de carreiras de autocarro, o Alan Watts (neobudista da Califórnia) e o Henri Michaux (voz da Poesia Mundial).
Pegue-se pois com pinças ou/e luvas de borracha, neste tipo de tábuas da lei, que nada têm a ver com a canja de letras do Moisés, antes pelo contrário, quando cristianismo e judaísmo surgiram para disputar o império da alma humana, baratas após o Dilúvio, já Egípcios, Protochineses e Tibetanos sabiam a escola toda. Os chineses, em vez de livro dos mortos, chamaram-lhe «livro do imperador amarelo», vulgata do «Tao Te King».
Mais tarde os gulags das religiões de Estado completariam a Obra das religiões sacerdotais. Não se confunda, porém, com nenhuma delas, a fonte perene e pós-moderna que deriva destes hieróglifos, destas figurinhas perfiladas (pintadas de perfil) e sentadas como quem escreve a carta diária aos deuses da sua paixão.
As próprias bruxas de Jules Michelet -- que eram analfabetas como todos os alfabetos sabem -- foram lá beber. Porque como diria o Prof, nas fontes frescas é que a gente deve abeberar-se.
A orgia de traduções-traições que tem sobrevoado, em ataques cirúrgicos, ambos os chamados «livros dos mortos», quer egípcio quer tibetano, mostra bem que se trata não só de um best-seller tão importante como o Kundera, mas da tal «obra aberta» que tudo contém e que, portanto, permite todas as retroversões, incluindo as eruditas, que dão bastante gozo aos eruditos, como sabem todos os ignorantes e analfabetos.
Com o advento das «novas tecnologias» e logo que o livro dos mortos esteja gravado em disquete, passa a ser um divertimento ainda mais interessante do que o I Ching, outra das «obras abertas» que mais retro-versões tem merecido dos sinólogos.
Quem quiser escrever poesia ou jogar o tarô, não tem mais do que abeirar-se e servir-se. Mas cuidado com o banquete. Como avisou Cesariny à entrada do (seu) inferno, ninguém se convença de que o bilhete de entrada para a eternidade custa tanto como uma plateia de Pavarotti: mesmo em petrodólares, o acesso à vida da morte (Leão Chestov dixit), custa os olhos da cara, meus senhores, e cada um lá sabe o preço dos olhos que tem.
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(*) «Livro dos Mortos Egípcio», Ed. Assirio e Alvim
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30-7-1995

O CHAMADO «LIVRO DOS MORTOS» DO ANTIGO EGIPTO(*)

«O destino do homem é a eternidade»
In «Textos Sagrados das Pirâmides»

Títulos para o «Livro dos Mortos» aparecidos no livro de Adams, pg. 22:

* «Livro do Mestre dos Lugares Ocultos»
* «Livro do Mestre da Casa Secreta»
* «Ritual dos Funerais»

«Graças ao livro, o defunto poderia vencer todos os obstáculos - monstros, demónios, portas a abrir - dado o potencial mágico que este livro apresentava. Estes obstáculos persistiriam em aparecer, tentando barrar-lhe toda e qualquer tentativa de alcançar o Além, cruzar os 21 pilares, passar pela 15 entradas e cruzar as 7 salas esperando poder chegar até Osíris e os 42 juízes que iriam julgá-lo. Graças ao Livro, conheceria também o que iria salvá-lo. Os nomes dos deuses.»
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«O verdadeiro nome do «Livro dos Mortos» era «saída para (a luz de) o Dia. Sua primeira versão foi dada em 1842 por Ricardo Lepsius. Na verdade quem descobriu o «Livro dos Mortos» foi Champollion, arqueólogo francês que decifrou a pedra de Roseta, chave dos hieróglifos egípcios.»
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«Antes de opinar o que possa ser este livro, vamos a um pequeno resumo do seu conteúdo. Destinado a guiar a alma do defunto pelo Além, informa-nos que, logo após transpor a «Porta do Morte», se vê deslumbrada pela «plena luz do dia». Quando se encontrar refeita do susto, trata de retornar ao corpo que acaba de abandonar, embora as divindades encarregadas de guiá-la arrastem-na para longe do ataúde. Começa aí a dura e difícil caminhada para o Além: atravessa uma região de trevas, caminho difícil e frequentemente obstruído, onde faltam ar e água. A segunda etapa é a chegada ao Anenti, residência de Osíris, onde é julgada. Ali de pé ante o principal de seus juízes e com os braços erguidos, em sinal de adoração, fica ante o deus que, imóvel, enigmático, quase petrificado, contempla a alma que comparece ante ele. Atrás de si estão Ísis e Neftis, irmãs de Osíris. (Aquela, além de irmã, é sua esposa); defronte a esse triunvirato de deuses, o defunto pronuncia as palavras sagradas. Feito isso, a união mística já está realizada: sua alma e a de Osíris formam um único todo. Surge então uma dúvida: porque razão, na 3ª fase, o defunto vem ante o famoso tribunal de justiça presidido por Osíris, se este já uniu a sua alma à do morto?
«O comparecimento é conduzido por Horus ou por Anúbis, frente a um tribunal de 42 juízes. A deusa da Verdade-Justiça está presente, mas não toma parte no julgamento.
«Thoth é o escrivão : faz o defunto confessar não só o que fez mas o que deixou de fazer e Anúbis pesa em uma balança o seu coração. Também aqui se pergunta porquê, posto que o sacerdote, protector ou tutor espiritual do defunto na terra, caso sua alma não subisse ao Amenti, ameaçava «não deixar mais subir Ra no Céu» - o que significava o Sol não percorrer mais o Céu - o faria cair no Nilo, onde se alimentaria de peixes, quando estes estavam entre os alimentos impuros. No entanto, o livro afirma que, se a alma não fosse ao Amenti, seria enviada ao Duat, onde permaneceria por tempo não determinado.
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«(...) Tudo isso poderia ser conseguido através do Livro, em troca de um pouco de magia e de saber as palavras de potência, irresistíveis a deuses e demónios.»
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«O Livro anuncia uma série de cataclismos cósmicos que culminariam na catástrofe bíblica, o ponto de partida da involução cósmica.»
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(*)Luís Carlos Teixeira de Freitas, in «O Livro dos Mortos do Antigo Egipto», Trad. de Edith de Carvalho Negraes, Hemus

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«Cabe recordar que a Esfinge egípcia se chama «Harmajis» de «Hor- Makhet» = «Horus sobre o Horizonte».
Thereza de Mello, In «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg. 13

«Da união de Hermes e Thot surge no século III Hermes Trimegisto, assim chamado porque a sua palavra - como a de Thot - reinava nos 3 mundos. E também há uma subtil ligação com Hanumán, mono-deus hindu, com o escandinavo Odin e com outros deuses de proveniência diversa, como o Quetzalcoatl mexicano. Em todos os casos, há uma estrutura latente.»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 13

«Ardhanari, Hermes, Mercúrio, Thot, Odin, Quetzalcoatl formam uma associação significativa em relação ao Tarô.»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 14

«Cabala significa literalmente tradição»
Thereza de Mello, in «O Tarot - A Arte de Adivinhar com Cartas», pg 19

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Léxico:
Tifon = Monstro, filho de Gea, com 100 cabeças de dragão: rebelou-se contra Zeus, que o dominou e aprisionou no interior do vulcão Etna
ANAEL = Anjo que correspondia a uma das letras do alfabeto hebraico
Palavras de potência = Palavras de poder
Shu = o que sustenta a abóbada celeste
Osíris = dupla inicial Lua-Sol
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